Israel anunciou que os habitantes da Faixa de Gaza poderão deixar o território em direção ao Egito "nos próximos dias", conforme previsto em plano de paz apresentado pelos Estados Unidos para o enclave.
"De acordo com o acordo de cessar-fogo (...), o ponto de passagem de Rafah será aberto nos próximos dias exclusivamente para que os residentes da Faixa de Gaza saiam em direção ao Egito", informou à AFP o Cogat, órgão do Ministério da Defesa israelense responsável por supervisionar as atividades civis nos Territórios Palestinos.
Segundo o Cogat, a abertura será realizada em coordenação com o Egito e com a União Europeia.
A reabertura da passagem fronteiriça, situada entre Gaza e o Egito, integra o plano de paz do presidente Donald Trump para a região e atende a uma demanda antiga de agências da ONU e de organizações humanitárias.
O Exército israelense assumiu o controle do lado palestino de Rafah em maio de 2024, alegando que a área vinha sendo "utilizada para fins terroristas" e para a entrada de armas.
A passagem chegou a ser reaberta brevemente durante a trégua anterior entre Israel e Hamas, em vigor desde 19 de janeiro, permitindo a saída de pessoas autorizadas e a entrada de caminhões com ajuda humanitária.

Considerada um ponto crítico para o fluxo de suprimentos — como medicamentos, alimentos e combustível —, Rafah já foi, por muitos anos, a principal rota de saída para palestinos autorizados a deixar a Faixa de Gaza, sob bloqueio israelense desde 2007.
A estratégia israelense consistia em cortar trechos da malha de túneis para impedir a movimentação interna. Com o cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos e a retirada parcial de tropas no mês passado, parte desses túneis ficou atrás da nova linha de controle, e os que não conseguiram recuar ficaram encurralados, sem suprimentos e sem possibilidade de fuga.

Esses homens, segundo a reportagem, já mataram três soldados israelenses e feriram outros, o que desencadeou ataques aéreos que, de acordo com autoridades de saúde palestinas, deixaram mais de 145 mortos.
A situação tornou-se um obstáculo para o avanço das fases do cessar-fogo selado em outubro: o grupo terrorista Hamas pressiona mediadores por passagem segura para áreas sob seu controle, enquanto Israel rejeita a proposta, exige rendição ou afirma que pretende neutralizá-los dentro dos túneis.

