O presidente interino da Síria, Ahmed Hussein al-Shara, chegou neste sábado 8 aos Estados Unidos para uma visita oficial, um dia depois de seu nome ser retirado da lista de terroristas do país.
Al Shara tem encontro marcado para esta segunda-feira com o presidente Donald Trump.
Durante a visita, o governo em Damasco deve assinar um acordo para integrar a coligação internacional antijihadista liderada pelos Estados Unidos, informou o enviado americano para a Síria, Tom Barrack.
Pouco depois da queda de Bashar al-Assad, em dezembro de 2024, os Estados Unidos suspenderam a recompensa de 10 milhões de dólares que ofereciam pela captura de Al Shara.
O líder sírio já havia se reunido com Trump em Riad, à margem de uma cúpula na Arábia Saudita, durante a visita do presidente americano à região em maio.
Al Shara também esteve em Nova York em setembro e foi o primeiro presidente sírio em décadas a discursar na Assembleia Geral das Nações Unidas.
Os Estados Unidos planejam estabelecer uma base militar perto de Damasco, segundo uma fonte diplomática na Síria.
Após mais de 13 anos de guerra civil, a Síria busca garantir recursos para a reconstrução, cujo custo pode ultrapassar 216 bilhões de dólares, segundo o Banco Mundial.
A retirada de Al Shara da lista de terroristas pelo governo Trump era aguardada. O Departamento de Estado afirmou que o governo sírio vem cumprindo exigências americanas, como cooperar na busca por cidadãos dos EUA desaparecidos e eliminar eventuais armas químicas remanescentes.
Na quinta-feira, os Estados Unidos lideraram uma votação no Conselho de Segurança que suspendeu as sanções da ONU contra Al Shara, que exigiam autorização para cada viagem internacional.
A resolução, preparada por Washington, destaca o compromisso de Al Shara de combater o terrorismo. Há um ano, ele liderava o grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), antigo braço sírio da Al Qaeda. O HTS foi removido da lista de organizações terroristas dos EUA em julho.
Desde que assumiram o poder, os novos dirigentes sírios tentam romper com o passado extremista e apresentar uma imagem mais moderada, aceitável para a população e para as potências estrangeiras.
Foi no comando do HTS que, à frente de uma coalizão de rebeldes, Al Shara derrubou Bashar al-Assad em 8 de dezembro de 2024.