O empate com a Tunísia frustrou, mas o saldo da data Fifa de novembro foi positivo para a seleção. Carlo Ancelotti saiu ainda mais perto do grupo que levará à Copa do Mundo. Restam dois amistosos, contra França e Croácia, em março, e já quase não há dúvidas sobre a maioria das vagas.
Ninguém aproveitou tanto quanto Estêvão. O atacante fez um gol em cada jogo e transformou a dúvida sobre titularidade em certeza. Mesmo sem o cenário com todos os concorrentes disponíveis, ele hoje empurra a ameaça do banco para outros nomes.
"- É um ano muito especial, de altos e baixos, mas lidei com tudo. Poder estar aqui na seleção significa que o trabalho está sendo bem feito no clube, está sendo bem feito em casa. Então eu fico muito feliz por estar representando a seleção" - comentou o atacante do Chelsea, que se isolou como artilheiro da era Ancelotti com cinco marcados.
No ataque, Vini Jr, Rodrygo, Matheus Cunha e João Pedro têm lugar assegurado. A dupla do Real Madrid e o atacante do Manchester United brilharam contra Senegal, mas oscilaram frente aos tunisianos. A seleção sentiu a dificuldade de manter alta intensidade em dois jogos seguidos.
Fora por lesão, Raphinha também é nome certo no Mundial. Gabriel Martinelli está na mesma situação; a diferença é que o primeiro é visto como titular, enquanto o segundo surge como alternativa pela esquerda.
Luiz Henrique tem sido nome constante nas listas e é apreciado por Ancelotti pela capacidade de decidir. Ainda assim, recebeu poucas chances em outubro e novembro. Terá de aproveitar bem o início de 2026 para carimbar o passaporte.
A não utilização de Richarlison nos últimos amistosos indica portas se fechando. Ancelotti insistiu nele por precisar de um camisa 9, mas o atacante não aproveitou as oportunidades.
Se nada mudar, a última vaga do ataque fica para março. Vitor Roque, que tentou aproveitar a chance e sofreu um pênalti contra a Tunísia; Pedro, do Flamengo; e Igor Jesus, do Nottingham Forest, são os candidatos.
No meio, a atuação contra Senegal reafirmou Casemiro e Bruno Guimarães como alicerce. Paquetá foi discreto nesta data Fifa, mas goza da confiança do técnico e funciona como um 12º jogador.
Na caça por duas vagas, Ancelotti viu em Fabinho uma espécie de "espelho" de Casemiro. O volante do Al-Ittihad jogou apenas 30 minutos contra a Tunísia e deve ser testado novamente em março. Andrey Santos não foi usado nos dois últimos jogos, mas teve chances antes e hoje está na frente pela vaga restante.
A zaga, criticada na derrota para o Japão, passou ilesa desta vez. Marquinhos, Gabriel Magalhães e Éder Militão, nomes certos no Mundial, corresponderam. Fabrício Bruno entrou bem contra a Tunísia e mostrou superação dos erros de outubro.
A disputa pela quinta vaga na zaga não está definida. A quarta, até aqui, é de Alex Sandro Ribeiro, do Lille, ausente por lesão. Danilo entrou muito bem na lateral direita diante da Tunísia, dando a segurança defensiva que Wesley não conseguiu. A polivalência do jogador do Flamengo pesa a seu favor como coringa para Ancelotti.
Na lateral direita, Wesley sai da data Fifa com ponto de interrogação. Foi mal contra a Tunísia e perdeu a chance de se firmar. Paulinho, do Vasco, nem entrou, e há expectativa pela volta de Vanderson, do Mônaco, em março.

Na esquerda, Alex Sandro aproveitou a chance contra Senegal e correspondeu às expectativas de Ancelotti, que o vê como o melhor brasileiro da função. A tendência é ter ele e Douglas Santos na lista final. Caio Henrique, discreto contra a Tunísia, fica como opção em caso de lesão.
No gol, Ederson teve estreia tranquila com Ancelotti e deve ser o reserva de Alisson. Bento alternou bons momentos com insegurança diante da Tunísia, e a briga pela terceira vaga seguirá até os últimos amistosos.
"- Muitos jogadores estão certos na lista. Faltam alguns, mas a lista está bastante completa. Faltam dois amistosos, mas seis meses de jogos onde tudo pode acontecer. O calendário é muito exigente e o risco de lesão é muito alto. Então, acho que a equipe, o ambiente, estão no caminho correto para chegar no mais alto nível na Copa do Mundo" - resumiu Carletto, sem entrar em detalhes.
"- Tenho muita confiança nesta equipe e nesses jogadores, acima de tudo neste ambiente que é bom. Os jogadores são sérios, são profissionais, são patriotas, têm muito carinho pela camiseta e isso é muito importante."


