Magreza em alta nas redes acende alerta: saúde vai além da aparência
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📅 06/11/2025

Magreza em alta nas redes acende alerta: saúde vai além da aparência

Críticas ao corpo de Carolina Dieckmann reacendem debate: especialistas explicam quando a magreza vira risco e como a pressão estética afeta a mente.

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Ronny Teles

Ronny Teles

Combatente pela democracia

O corpo feminino segue sob escrutínio, sobretudo quando pertence a figuras públicas. Após publicar fotos de biquíni, Carolina Dieckmann, 47, respondeu aos comentários sobre sua aparência: "Minha endocrino falou que eu estou ótima, com 1 kg a mais de músculo que o necessário. Ou seja, a opinião que importa, né?", afirmou, destacando acompanhamento profissional.

O caso reacendeu a pergunta: quando a magreza é sinal de saúde e quando vira alerta? Situações semelhantes já envolveram Gisele Bündchen, Bella Hadid, Angelina Jolie, Maiara, Bianca Andrade e Bruna Marquezine, todas alvo de críticas pelo corpo mais enxuto.

Especialistas reforçam que a aparência, sozinha, não define bem-estar. Tanto o excesso quanto a falta de peso podem indicar desequilíbrio físico e emocional.

Quando a magreza deixa de ser saudável

Segundo a endocrinologista Carolina Janovsky, há marcadores objetivos para acender a luz vermelha. "A magreza passa a ser excessiva quando indica desnutrição, como um IMC abaixo de 18,5 kg/m² em adultos ou uma perda involuntária de mais de 5% do peso em seis meses", explica.

Os impactos atingem músculos, ossos e hormônios. "A perda de massa muscular gera fraqueza, piora o equilíbrio e aumenta o risco de quedas. Já a baixa reserva energética compromete a densidade óssea, favorecendo osteoporose e fraturas. Em mulheres, pode haver interrupção da menstruação e dificuldade para engravidar", detalha.

Ela acrescenta que a magreza excessiva enfraquece o sistema imune. "Cuidar do estado nutricional é investir em músculos, ossos, hormônios e imunidade, pilares da saúde em qualquer idade", completa.

Entre as reações às críticas, Paolla Oliveira tem cobrado mais liberdade sobre o próprio corpo: "Sou uma micro-representante desse movimento que não pode parar: da gente se sentir melhor, mais confortável, mais livre. Não só no carnaval, mas todos os dias das nossas vidas".

Viviane Araújo também foi alvo de comentários por causa de uma hérnia umbilical e relatou que o preconceito não a abala, mesmo após múltiplas cirurgias.

Após emagrecer 15 kg, Yasmin Brunet vem enfrentando ataques nas redes. A ex-"BBB" disse que perdeu peso após o diagnóstico de lipedema e tem rebatido as críticas.

Carolina Dieckmann, acostumada a postar fotos de biquíni, ressaltou a necessidade de blindagem emocional diante do julgamento alheio: "muita paciência, generosidade e gentileza para lidar com esse mundo".

A jornalista Mari Palma relatou um episódio de constrangimento em um hotel: ouviu de um homem, "Nossa, na TV você parece muito mais magrinha", e disse ter ficado "totalmente sem reação".

Em contexto internacional, Millie Bobby Brown desabafou sobre o escrutínio na transição para a vida adulta: "Me recuso a me desculpar por estar crescendo. Me recuso a me fazer menor para caber nas expectativas irrealistas de pessoas que não sabem lidar com uma garota virando mulher".

Para o médico Iago Fernandes, especialista em saúde mental, a pressão estética tem efeitos profundos. "A saúde mental influencia o comportamento alimentar de maneira profunda. Muitas pessoas usam a comida como uma forma inconsciente de aliviar a tensão ou preencher o vazio emocional, desenvolvendo a chamada fome emocional", afirma.

Ele descreve um ciclo de restrição e compulsão que aumenta o sofrimento. "Quando o cérebro interpreta a restrição alimentar como ameaça, ele reage com compulsões. Isso mantém o corpo em estado de defesa e a mente em sofrimento constante", esclarece.

Iago chama atenção para o peso do julgamento social, agravado nas redes: "O bullying, a vergonha corporal e o escrutínio digital geram baixa autoestima e podem desencadear transtornos ansiosos e depressivos. Uma mulher magra demais ou acima do peso nunca escapa das críticas, o problema é o olhar do outro, não o corpo em si", avalia.

Equilíbrio é o verdadeiro ideal

Mais do que perseguir um padrão, médicos recomendam olhar integral para a saúde, com sinais de alerta claros.

"Se houve perda rápida de peso, cansaço, queda de cabelo, alterações menstruais ou imunidade baixa, é hora de procurar um médico", alerta Carolina Janovsky.

Uma avaliação multidisciplinar, com endocrinologista, nutricionista e, quando necessário, apoio psicológico, ajuda a restabelecer o equilíbrio.

No fim, bem-estar não cabe na balança, resume Iago: "A beleza está em se sentir bem, e isso começa quando o corpo e a mente estão em sintonia, não quando se atinge um número na balança".

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Publicado em 6 de novembro de 2025 às 11:54

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