A agricultura familiar em São Paulo vive um momento histórico. Em 2025, o PPAIS (Programa Paulista da Agricultura de Interesse Social) atingiu R$ 50,5 milhões em compras públicas, superando a soma de todos os investimentos feitos de 2020 a 2023.

Com a marca, milhares de famílias têm a segurança de saber para quem vender, garantindo renda e estabilidade no campo.

Coordenado pela Fundação Itesp e vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento, o PPAIS tem como objetivo assegurar mercado para agricultores familiares e cooperativas, além de fortalecer o abastecimento de instituições públicas estaduais com alimentos de qualidade e origem paulista.

Os produtos adquiridos, como leite, hortifrutis e, mais recentemente, o café, vão para escolas, universidades e unidades prisionais, aproximando o campo das políticas públicas e gerando impacto direto na renda das famílias produtoras.

De 2020 a 2022, os valores somaram pouco mais de R$ 30 milhões. Em 2023, chegaram a R$ 17,2 milhões; em 2024, a R$ 20,4 milhões.

O salto para R$ 50,5 milhões em 2025 é atribuído ao fortalecimento das políticas de compras públicas, à ampliação do número de chamadas e ao apoio técnico da Cati e da Fundação Itesp, que acompanham do planejamento da produção à entrega. Cerca de 40 cooperativas participam do programa.

O governo paulista também tem levado saneamento rural, com fossas sépticas, ampliado o acesso ao crédito com R$ 500 milhões do Feap até 2025, avançado na regularização fundiária, com mais de 4,5 mil títulos, e valorizado a produção com selos de inspeção voltados à cadeia artesanal.

Entre as ações estratégicas recentes estão o fortalecimento da cadeia do leite e a inclusão do café entre os itens comprados. Além de ampliar a compra de leite por unidades prisionais e outras instituições, passou-se a adquirir café torrado e moído diretamente de cooperativas, o que ganhou relevância após a imposição de tarifas americanas sobre o café brasileiro.

"Produzimos de 5 a 6 mil sacas de café por ano, mas apenas 20% chegavam ao mercado Fair Trade internacional. Agora, com o PPAIS, nossa expectativa é que até 80% da produção seja processada, torrada, moída e comercializada no mercado interno, trazendo estabilidade, renda e desenvolvimento para nossa região", afirma Luís Carlos Josepetti Bassetto, presidente da Coopercuesta.

Segundo o analista de desenvolvimento agrário e gestor do programa, Clóvis Etto, o crescimento é fruto de trabalho conjunto entre o Itesp e a Secretaria de Agricultura: "Enquanto o hortifruti já se consolidou em todo o estado, a prioridade agora é impulsionar e fortalecer as cadeias produtivas do leite e do café, o que contribuiu diretamente para esse marco histórico".

Com o recorde de 2025, o PPAIS reafirma seu papel como política de Estado, mostrando que o fortalecimento das cadeias produtivas e a valorização dos agricultores familiares caminham juntos para um campo mais justo, produtivo e sustentável.