Recuo expõe racha: Tarcísio pede desculpas a Moraes
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📅 05/11/2025

Recuo expõe racha: Tarcísio pede desculpas a Moraes

Após chamar Alexandre de Moraes de "tirano" em ato de 7 de Setembro na Paulista, o governador culpou a pressão de bolsonaristas pelo ataque e tenta se descolar de Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos e 3 meses por tentativa de golpe.

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Ronny Teles

Ronny Teles

Combatente pela democracia

Em movimento para se descolar de Jair Bolsonaro (PL) e se apresentar como um "moderado" da terceira via contra Lula em 2026, Tarcísio de Freitas (Republicanos) pediu desculpas ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, depois de tê-lo chamado de "tirano" em ato com extremistas na avenida Paulista no 7 de Setembro.

O episódio ocorreu na mesma semana em que o ex-presidente foi condenado pela Primeira Turma do STF a 27 anos e 3 meses de prisão por comandar a organização criminosa que tentou um golpe no país.

"Nós não vamos aceitar a ditadura de um Poder sobre o outro. E é isso que nós precisamos fazer, é isso que nós precisamos defender. Chega! Chega do abuso! Chega! Eu tenho certeza que novos tempos virão", bradou o ex-ministro em seu discurso mais duro.

Depois de uma pausa, parte do público passou a gritar "Fora, Moraes" e Tarcísio apoiou o coro. "Porque ninguém aguenta mais. Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes. Ninguém aguenta mais o que está acontecendo nesse país", disse.

Ao buscar refazer pontes com Moraes, o governador atribuiu o ataque à "pressão" de setores radicais do bolsonarismo que o cercavam no ato.

Segundo interlocutores, ao procurar pessoas próximas ao ministro, Tarcísio afirmou que "se sentia pressionado pela base bolsonarista, que cobrava uma posição mais enfática contra o STF às vésperas do julgamento que condenaria Jair Bolsonaro".

Pessoas próximas relatam que ele sabia que o discurso abalaria sua relação com a Corte, mas calculou que seria mais fácil se reaproximar do STF do que dos bolsonaristas radicais.

Após a condenação de Bolsonaro, dias depois do ataque, Tarcísio iniciou um movimento para "reconstruir pontes" com Moraes e o Supremo, divulgando uma nota de tom protocolar.

"Se não se pode transigir com a impunidade", afirmou e prosseguiu "também não se pode desprezar o princípio da presunção da inocência, condenando sem provas".

"O resultado do julgamento, infelizmente, já era conhecido. Bolsonaro e os demais estão sendo vítimas de uma sentença injusta e com penas desproporcionais", lamentou.

"A história se encarregará de desmontar as narrativas e a justiça ainda prevalecerá. Força, presidente. Seguiremos ao seu lado!"

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Publicado em 5 de novembro de 2025 às 11:22

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