"Meu Ayrton por Adriane Galisteu", série documental da HBO Max que estreou nesta quinta-feira, revisita o romance entre o maior ídolo do esporte brasileiro e a então jovem modelo da Lapa, em São Paulo. Em dois episódios, Adriane relembra momentos que viveu com Ayrton Senna e percorre lugares marcantes da história do casal.
Um ano após a ficção "Senna", da Netflix, protagonizada por Gabriel Leone, a apresentadora volta ao centro do enredo. Na produção anterior, Adriane, interpretada por Julia Fioti, teve pouco mais de três minutos em cena, o que gerou críticas entre espectadores. Ela, porém, rejeita a ideia de resposta.
"Não é nenhum tipo de polêmica. Esse documentário não é uma resposta", disse ela, em coletiva de imprensa. "Não sou uma mulher que julga o que você faz comigo, pois. Minha mãe me ensinou que eu não preciso dizer que o dos outros está errado. Basta defender que o meu está certo".
No início do primeiro episódio, Adriane afirma que nem "a família do Ayrton conseguiria ser capaz de contar a história dele como homem". Entrevistados comentam que os familiares não aprovavam suas namoradas e escolhas amorosas.
"A família nunca gostou de nenhuma namorada, queria ter controle total do cara", diz a assessora de imprensa dele, Betise Assumpção.
Adriane também revisita sua própria história: o pai alcoolista morreu quando ela era adolescente, e o irmão se envolveu com drogas. No período em que namorou Ayrton, a situação se agravou e ele já era traficante.
Modelo desde cedo, ela ajudava a mãe no sustento e viu o piloto pela primeira vez no GP de São Paulo. Por meio de amigos, ele pediu o telefone e recebeu o número da casa do namorado de Adriane, onde ela morava. O primeiro papo aconteceu numa festa daquele GP.
No dia seguinte, ele cumpriu a promessa: ligou e apareceu na agência onde ela trabalhava para levá-la para tomar um suco de laranja no apartamento dele. A partir daí, se encontraram com mais frequência. Adriane terminou o relacionamento anterior e os dois ficaram juntos por um ano e meio, até a morte do piloto no GP de San Marino, em 1994.
No segundo episódio, depoimentos como o de Luiza Braga, mulher de Antônio Carlos de Almeida Braga, o Braguinha, um dos melhores amigos de Senna, detalham como cada um recebeu a notícia da tragédia. Adriane estava em Portugal e quase embarcou para San Marino, até receber um telefonema de Braga.
"Família não quer ela aqui, ele já morreu", teria dito o amigo. Pessoas próximas ao piloto, assim como a família, tiveram acesso a fitas com uma conversa entre Adriane e um ex-namorado na época do acidente. Segundo Luiza Braga, o rapaz zombava das roupas de Ayrton e perguntava se ele era melhor na cama.
Adriane relembra o funeral e a despedida da mãe do piloto, quando foi buscar seus pertences na casa dele. "Eu perdi um namorado, o Brasil perdeu um ídolo. Eu não queria competir com ninguém ,as um dor genuína e profunda era da mãe. Essa dor não consegue comparar", disse Adriane. "Eu chorava pela dor do luto e também por ter pedido meu chão".
