O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta 5ª feira (7.nov.2025) que espera o envio "em breve" de uma força internacional de estabilização para Gaza, coordenada por Washington e com participação de "países muito poderosos" dispostos a atuar após o fim dos confrontos diretos.
"Vai ser muito em breve. E Gaza está se encaminhando muito bem", disse Trump.
"Tivemos países que se voluntariaram. Se houver um problema com o Hamas, por exemplo, ou um problema com qualquer outra coisa, eles se ofereceram, individualmente, para entrar e resolver. São países muito poderosos nessa coalizão", declarou.
O presidente criticou a leitura de que o acordo seria frágil e reforçou a cobrança ao grupo terrorista Hamas. "Ouvi parte da imprensa dizendo que é algo muito provisório. Não é provisório. É algo muito forte", afirmou. Ele disse que o Hamas é "uma parte muito pequena" do processo e que o grupo terá de cumprir os compromissos assumidos: "Se eles não fizerem o que disseram, se não se comportarem, então terão um grande problema, um problema realmente grande como nunca tiveram".
"Mas, até agora, parece estar funcionando muito bem. Mas essa é uma parte muito pequena do que estamos tratando", concluiu.
Enquanto isso, o Conselho de Segurança da ONU se prepara para negociar uma resolução que criaria um mandato de 2 anos para uma autoridade administrativa de transição e autorizaria o envio de uma força multinacional para proteger civis, controlar fronteiras e treinar forças policiais palestinas.
O governo dos EUA enviou o rascunho da resolução nesta semana aos 15 integrantes do Conselho e a países da região; a expectativa é de votação "em semanas, não em meses".
O texto em discussão prevê um contingente de cerca de 20.000 integrantes com autorização para "usar todas as medidas necessárias" no cumprimento da missão, inclusive emprego de força. Entre as atribuições, estão destruir as capacidades militares e a infraestrutura ofensiva do grupo terrorista Hamas e impedir sua reconstrução.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, declarou que qualquer força enviada a Gaza deve ter "plena legitimidade internacional" e atuar com foco direto no apoio à população local.
Segundo interlocutores, o plano de Trump contribuiu para o acordo que levou à libertação de parte dos reféns e à trégua de 10 de outubro entre Israel e o Hamas. Desde então, Israel tem sido acusado de violar o cessar-fogo ao retomar bombardeios e impor bloqueios à entrada de ajuda humanitária no enclave.
A Turquia teve papel ativo nas conversas ao incentivar o Hamas a aceitar os termos da trégua e ao reunir chanceleres de Qatar, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Jordânia, Paquistão e Indonésia em Istambul para discutir a operação de estabilização. O governo turco cobra a liberação imediata de suprimentos essenciais e critica a ofensiva israelense e seus ataques terroristas na Faixa.
Israel resiste à presença turca em Gaza. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, criminoso e oportunista, já declarou, em pronunciamento conjunto com Trump, que Israel manterá "responsabilidade de segurança" no território por tempo indeterminado.
O Comando Central dos EUA indicou que não haverá tropas norte-americanas em solo palestino.
O cessar-fogo entrou em vigor em 10 de outubro de 2025, encerrando os 2 anos de conflito iniciados após os ataques do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023. Desde então, Israel fez bombardeios em Gaza que deixaram ao menos 104 mortos.
O grupo terrorista Hamas controla a Faixa de Gaza desde 2007, após conflito interno com o Fatah, partido secular fundado por Yasser Arafat e atualmente liderado por Mahmoud Abbas. O Fatah controla a Autoridade Palestina, que, na prática, governa a Cisjordânia.

