Vaticano cobra socorro urgente a Gaza e reforça dois Estados
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📅 06/11/2025

Vaticano cobra socorro urgente a Gaza e reforça dois Estados

Em encontro inédito com Mahmoud Abbas, o papa Leão XIV pediu mais ajuda humanitária, um fim concreto à guerra e reiterou que a solução de dois Estados é o caminho.

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Ronny Teles

Ronny Teles

Combatente pela democracia

O papa Leão XIV se reuniu nesta quinta-feira, 6, pela primeira vez com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, em ocasião dos 10 anos do Acordo Global entre a Santa Sé e o Estado da Palestina. Em mais de uma hora de conversa, o pontífice pediu aumento imediato do fluxo de ajuda humanitária a Gaza e um desfecho real para a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas — os dois lados concordaram com um cessar-fogo em outubro, mas desde então trocam acusações de violações dos termos.

"Durante as cordiais conversas, reconheceu-se a necessidade urgente de prestar assistência à população civil em Gaza e de pôr fim ao conflito através da busca de uma solução de dois Estados", afirmou a Santa Sé.

Abbas chegou a Roma na quarta-feira, 5, e visitou a Basílica de Santa Maria Maior para prestar homenagens ao túmulo do papa Francisco, falecido em abril. O líder palestino mantinha relação próxima com Francisco, com telefonemas frequentes após o início da guerra, em 7 de outubro de 2023.

Em setembro, Leão XIV e seus principais diplomatas disseram ao presidente de Israel, Isaac Herzog, que a solução de dois Estados é a "única saída para a guerra". Um mês antes, o pontífice já havia pedido o fim da "punição coletiva" à população civil de Gaza, defendendo cessar-fogo imediato, abertura segura de corredores humanitários e respeito integral ao direito internacional.

"Imploro que se alcance um cessar-fogo permanente, que se facilite a entrada de ajuda e que o direito humanitário seja plenamente respeitado. O uso indiscriminado da força, os deslocamentos forçados e as punições coletivas são proibidos pelo direito internacional", afirmou Leão, sendo interrompido por aplausos duas vezes, na época.

Apesar do tom firme, Leão não citou Israel nem o Hamas nominalmente em pronunciamentos anteriores. Ele ressaltou que o direito internacional impõe a proteção de civis e veda punições coletivas, uso indiscriminado da força e deslocamentos forçados. O primeiro papa dos EUA adota postura mais cautelosa em relação ao conflito do que Francisco, que chegou a questionar se a campanha militar israelense em Gaza poderia ser considerada genocídio.

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Publicado em 6 de novembro de 2025 às 23:22

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