Uma professora de matemática de uma escola em Artyom, no extremo leste da Rússia, tornou-se alvo de investigação após ser flagrada em vídeos agredindo alunos. As imagens circularam nas redes sociais e provocaram reação de pais e ativistas, que cobram medidas imediatas por parte da direção da instituição.
No primeiro registro, a docente aparece colocando fita adesiva na boca de estudantes; em outro, divulgado nesta semana, usa o pé de uma cadeira para acertar um garoto.
De acordo com a imprensa russa, pais relatam que a professora e a diretora da escola minimizaram o episódio, classificando as agressões como uma tentativa "em tom de brincadeira" de disciplinar alunos considerados "indisciplinados".
A justificativa, no entanto, não convenceu responsáveis, que afirmam que esse tipo de comportamento era recorrente. "Devemos considerar isso normal?", questionou uma mãe. Outra responsável reforçou: "Esta não é a primeira vez. Um ataque semelhante ocorreu anteontem."
Professora na Rússia tapa boca de aluno com fita e o golpeia com cadeira.

A repercussão cresceu após Yekaterina Mizulina, influente ativista e chefe da Liga da Internet Segura da Rússia, compartilhar o vídeo afirmando que ele era "apenas para adultos".
Ela criticou a conduta da professora, apesar de reconhecer que os alunos poderiam ter provocado irritação: "Mas tal reação é inaceitável", afirmou. Segundo a imprensa local, pais disseram que tapas na cabeça e outras agressões físicas eram frequentes e só cessaram quando surgiram provas concretas.
A promotoria de Primorsky informou que abriu uma investigação contra a docente por conduta "inadequada". Ao mesmo tempo, a defensora dos direitos da criança, Olga Romanova, criticou as mães por divulgarem as imagens, argumentando que a publicação violaria leis de proteção de dados pessoais. A escola, por sua vez, afirmou que a professora era "respeitada", posição que aumentou a insatisfação das famílias.
O caso reacendeu discussões sobre abusos cometidos dentro das salas de aula. Em 2023, o professor escocês Nicola Sangster evitou ser suspenso após chutar e agarrar um aluno no chão, mesmo tendo sido levado ao Conselho Geral de Ensino da Escócia. Já em 2019, a britânica Nathaneal Poultorak, então com 32 anos, foi demitida após agredir uma aluna com tamanha força que ela precisou ser hospitalizada, e admitiu violência contra um segundo estudante.
As autoridades russas ainda não anunciaram se a professora de Artyom será afastada enquanto o caso segue sob investigação.

