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Brasil cai para 57ª posição no ranking mundial de competitividade digital

O Brasil se encontra agora na 57ª posição do Ranking Mundial de Competitividade Digital, descendo cinco posições. O ranking é anual e abrange 63 nações, analisando a habilidade de cada economia em adotar novas tecnologias digitais.

O Brasil apresentou uma queda de cinco posições no Ranking Mundial de Competitividade Digital, encontrando-se agora em 57º lugar dentre 64 países. Isso retorna o país ao patamar em que se encontrava nos anos de 2018 e 2019. Na primeira edição do estudo, lançada sete anos atrás, o Brasil se encontrava na 55ª posição. Ano passado, ficou em 52º lugar.

O IMD World Competitiveness Center, em parceria técnica com o Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral (FDC), realiza anualmente este ranking. O objetivo é avaliar a capacidade individual de cada economia ao adotar novas tecnologias digitais, que têm imenso potencial para impulsionar a economia, crescimento e produtividade de países e organizações.

Nesta edição, o Brasil se encontra à frente apenas da África do Sul, Filipinas, Botsuana, Argentina, Colômbia, Mongólia e Venezuela. A lista dos dez líderes do ranking permanece similar à de 2022, com os EUA encabeçando o grupo após subir uma posição. A diferença de desempenho entre esses países topo de lista e os demais tem aumentado cada vez mais.

A distância entre os países na base e no topo da lista tem se ampliado, principalmente devido ao desenvolvimento e a adoção de tecnologias digitais, afirmou Hugo Tadeu, diretor do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da FDC. De acordo com ele, isso destaca a importância de maiores esforços públicos e privados na construção de uma nação digital.

O estudo é pautado em três temas - conhecimento, tecnologia, preparação para o futuro - e baseia-se em 54 indicadores. Estes incluem gestão urbana, influxo de estudantes estrangeiros, educação e treinamento, investimentos em pesquisa e desenvolvimento, financiamento para desenvolvimento tecnológico, serviços bancários e financeiros, agilidade empresarial e cibersegurança governamental.

O Brasil sempre se encontra nas posições mais baixas, já que as circunstâncias a nível fundamental permanecem as mesmas, de acordo com o professor da FDC. Ano passado, perdeu uma posição; este ano, perdeu cinco. Isso se dá pois os líderes do ranking conseguiram aprimorar ainda mais seu desempenho.

Os países líderes, que obtém pontuações ao redor de 95 num total de 100, investem significativamente em ciência e tecnologia, as maiores geradoras de riqueza para um país, de acordo com Tadeu.

Ele acredita que o Brasil é o oposto deste modelo, por isso não consegue ultrapassar os 50 pontos. Além dos dez primeiros colocados terem aprimorado ainda mais suas performances, o Brasil piorou em seus indicadores.

A postura empresarial é um dos principais fatores que contribuiu para o desempenho do Brasil - empresas brasileiras deveriam levar tópicos como inovação, tecnologia e transformação digital mais a sério.

Outro fator são as deficiências na educação. O Brasil não conseguiu melhorar em nenhum nível de formação, seja ela básica, técnica ou de engenharia.

Hugo Tadeu afirmou que se o País não investir mais, fornecer mais educação para força de trabalho qualificada e não gerar riqueza, continuará na parte inferior do ranking. O Brasil precisa tratar de seus problemas estruturais para fortalecer sua economia e melhorar a qualidade de vida da população.

Apesar de alguns pontos positivos, como investimentos públicos em educação, representatividade feminina em pesquisas científicas, produtividade em pesquisa e desenvolvimento e uso da população de serviços públicos online, o Brasil obteve as piores pontuações em tópicos como experiência internacional da força de trabalho, habilidades tecnológicas e estratégias de gestão urbana para apoiar o desenvolvimento de negócios.

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