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Lula pretende sugerir a criação de um fundo de financiamento para nações florestais durante a COP28

Durante a cúpula da ONU que inicia hoje, o presidente Lula irá sugerir um novo plano de financiamento que poderá beneficiar até 80 países florestais

Lula, o presidente do Brasil, planeja sugerir um novo fundo de financiamento com foco em nações florestais na COP28, um encontro de líderes da ONU para discutir mudanças climáticas, que começa hoje em Dubai. Essa informação me foi adiantada pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Poderiam ser beneficiados por essa proposta cerca de 80 países que possuem florestas tropicais.

O Brasil é o país com a maior parte da floresta tropical do planeta, sucedido pela Indonésia e pela República Democrática do Congo. Lula ressaltará na COP o papel fundamental das florestas tropicais na captação de gases de efeito estufa.

Durante uma entrevista em Brasília, a ministra Marina revelou a proposta, mas não a explicou em detalhes, pois será o presidente quem a apresentará. Ela informou que se trata de outro canal de financiamento para a luta contra as mudanças climáticas, além dos que já estão em negociação na cúpula da ONU. Ressaltou ainda que esse modelo de financiamento não é uma caridade, já que os países com florestas prestam relevantes serviços ambientais. A entrevista completa vai ao ar hoje às 23h30m na Globonews.

Segundo a ministra, o Brasil chega à COP com a cabeça erguida, mostrando uma nova postura em relação ao meio ambiente, afastando-se do negacionismo dos últimos anos. O país surge com políticas de defesa dos povos indígenas e da floresta, além de dados positivos sobre a Amazônia. No entanto, ela enfatizou que não irá ocultar as más notícias e falará sobre elas com transparência, exemplificando com a piora do desmatamento no Cerrado.

O relatório Prodes Cerrado, divulgado pelo governo federal na terça-feira, apontou o pior índice de desmatamento desde 2016 no bioma. Foram destruídos 11.011,7 km² de vegetação nativa, de agosto de 2022 a julho de 2023, representando um crescimento de 3% em relação ao ano anterior. Esse é o quarto ano consecutivo de aumento do desmatamento no Cerrado.

Um plano de atuação do governo contra o desmatamento foi anunciado em conjunto com esses dados. Trata-se do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento no Cerrado (PPCerrado), com estratégias para melhorar a fiscalização, semelhante ao PPCDAm voltado para a Amazônia. Este anúncio contou com a presença de diversos ministros, reforçando seu caráter de projeto de governo com o objetivo de reduzir a devastação do bioma.

Por exemplo, o Ministério da Agricultura anunciou incentivo à produção em áreas degradadas e recuperação de outras áreas do Cerrado em parceria com os governos estaduais. A ministra Marina especificou que no Cerrado, diferentemente da Amazônia, cada proprietário de terra pode legalmente desmatar até 80% de sua extensão, o que dificulta a fiscalização. Portanto, o lançamento de um plano de combate ao desmatamento do bioma é essencial, pois o cerrado é considerado o berço das nossas águas.

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