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Segundo Wassef, solicitação para recompra de Rolex partiu de Fabio Wajngarten

Fredrick Wassef, advogado de Jair e Flávio Bolsonaro, e Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação da Presidência, são citados no escândalo da venda de joias.

Fonte: Revista Veja

A Polícia Federal documentou, em uma operação relacionada às joias, que um relógio Rolex de ouro branco e outro de luxo, da marca Patek Philippe, foram vendidos no mês de junho de 2022, durante o mandato de Jair Bolsonaro como presidente, para a loja Precision Watches, na cidade de Willow Grove, EUA. A venda foi intermediada pelo então braço direito de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid. Após a exposição do caso, aliados de Bolsonaro se empenharam em recomprar e repatriar os itens, evitando problemas judiciais.

É de conhecimento da PF que Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro, recomprou o Rolex. Durante depoimento, obtido com exclusividade por VEJA, Wassef esclareceu dúvidas e afirmou que a solicitação para a recompra partiu de Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação da Presidência.

O advogado alegou que procurou a Polícia Federal antes de receber a intimação para fornecer informações, pois discordava dos relatos que insinuavam que a compra do Rolex teria sido orientada por um grupo de militares. Wassef declarou que Wajngarten solicitou a compra do item para evitar possíveis problemas com o Tribunal de Contas da União (TCU).

De acordo com Wassef, ele já tinha uma viagem programada aos EUA em março de 2023. Antes da viagem, Wajngarten reforçou a necessidade de recompra do Rolex com várias ligações e mensagens. Após o desembarque em Miami, Wassef recebeu diversas chamadas de Wajngarten, todas anotadas nos celulares apreendidos pela PF. Ele também declarou que aceitou comprar o Rolex porque Wajngarten prometeu reembolsá-lo, o que ainda não ocorreu.

Wassef detalhou o processo de recompra do relógio. Tirou de sua conta bancária 35 000 dólares e acrescentou 14 000 dólares que possuía em casa, em Miami, comprando o Rolex por 49 000 dólares. Durante sua estadia nos EUA, Wajngarten pediu que Wassef trouxesse o relógio para o Brasil, mas o advogado se recusou, temendo ser reconhecido. Diante disso, Wassef e Wajngarten acordaram que uma terceira pessoa, conhecida de ambos, traria o relógio dos EUA para o Brasil.

Atualmente, o Rolex está sob posse da Caixa Econômica Federal. Wassef afirmou durante seu depoimento que o ex-presidente Bolsonaro não teve qualquer envolvimento na operação de resgate do relógio, e reafirmou que o pedido e os detalhes para repatriar o relógio partiram de Wajngarten.

Wassef e Wajngarten são advogados do presidente e têm uma amizade de longa data. Wassef, que conheceu Bolsonaro em 2014, foi responsável por apresentar Wajngarten a Bolsonaro em 2016. Ambos optaram por não comentar o caso, uma vez que a investigação encontra-se em sigilo.

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