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Além de Neymar, Bolsonaro presenteou vendedor de escavadeiras ilegais para garimpo com medalha de ‘imbrochável’

O empresário Roberto Katsuda, suspeito de financiar ações golpistas e lobby para mudança na legislação que permita garimpo em terras indígenas, foi homenageado por Bolsonaro com a medalha de 'imbrochável'.

O empresário Roberto Katsuda, revendedor de retroescavadeiras frequentemente usadas em garimpos ilegais no Pará e Roraima, foi agraciado com uma medalha de 'imbrochável' pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. A entrega dessa medalha ao empresário ocorreu pouco depois que o jogador Neymar também a recebeu. Criada em homenagem à figura do ex-presidente, a medalha apresenta uma inscrição com os termos 'imorrível, imbrochável, incomível' - palavras que Bolsonaro frequentemente usa para auto-promoção.

Segundo vídeos divulgados por Katsuda, Bolsonaro entregou a medalha pessoalmente, com um sorriso no rosto, garantindo que ela se tornará valiosa após sua morte. Alvo de investigação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, o empresário não estava entre os 61 nomes listados como responsáveis ou financiadores da tentativa de golpe que o grupo investigava, embora relatórios da Abin tenham indicado seu envolvimento financeiro nos atos entre junho de 2021 e agosto de 2023.

Proprietário da World Tractor, Katsuda importa equipamentos pesados que servem para explorar ouro nos garimpos, sendo responsável por um destaque econômico na região de Itaituba, no Pará, com a venda de 600 escavadeiras para os garimpeiros. Durante uma audiência na Câmara Municipal, o empresário declarou que a classe garimpeira é responsável por colocar comida em sua mesa e disse que acredita na gestão Bolsonaro para a legalização do garimpo em terras indígenas.

A família Katsuda, que além de revenda de maquinários também atua na criação de bois, tem negócios significativos com garimpeiros que atuam em terras indígenas. Suas atividades estão associadas à devastação de várias dessas terras, como as dos povos Kayapó, Munduruku e Yanomami, sendo que seus equipamentos já foram encontrados em operações ilegais. As consequências negativas para as populações indígenas incluem prejuízos à saúde, com casos de contaminação por mercúrio decorrentes da atividade garimpeira.

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