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Com a redução da Selic para 11,75% pelo BC, qual é o melhor lugar para colocar seu dinheiro em 2024?

Apesar da redução da Selic, a renda fixa ainda oferece bons retornos, especialmente em crédito privado, segundo especialistas. A renda variável pode se beneficiar de novas quedas da taxa básica de juros.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central resolveu implementar uma nova redução na taxa básica de juros, a popular Selic. A partir dessa quarta-feira, a taxa se encontrará em 11,75%, o que também traz questionamentos entre os investidores sobre a viabilidade de manter seus investimentos em renda fixa, que vinha sendo bastante atrativa nos últimos anos.

Porém, muito embora essa seja a quarta redução seguida da Selic, a renda fixa deve continuar mantendo bons retornos. Isso se deve ao fato de que os juros ainda são elevados e a inflação vem passando por desaceleração.

Por essa razão, economistas recomendam aos investidores que não abandonem seus investimentos em renda fixa por agora. Mas, para aqueles que estão dispostos a correr mais riscos, aumentar suas aplicações em renda variável começa a se tornar uma opção interessante, ainda que deva ser feito com prudência e que dependa dos objetivos e prazos de cada investidor.

Larissa Frias, planejadora financeira do C6 Bank, destaca que ainda existem muitas oportunidades lucrativas no mercado de renda fixa para o ano de 2024, embora os riscos soberanos em renda fixa continuem sendo fundamentais no portfólio de qualquer investidor.

O mercado projeta que a Selic continue a cair nas próximas reuniões, mas ainda gera dúvidas sobre o ritmo que será adotado pelo BC. Segundo o boletim Focus, relatório semanal do Banco Central que apresenta as expectativas do mercado, a projeção é de que a Selic chegue a 9,25% até o fim do próximo ano.

No âmbito do crédito privado, os especialistas reforçam a existência de boas oportunidades, especialmente nos títulos pós-fixados, que acompanham a taxa de juros, e nos indexados à inflação, que proporcionam uma taxa fixa mais a variação da inflação no período.

Investimentos populares nesse segmento são os Certificados de Depósito Bancário (CDBs), títulos do Tesouro Selic, IPCA +, além das Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e do Agronegócio (LCAs).

Os títulos atrelados à inflação, embora proporcionem maior segurança, apresentam volatilidade maior que aqueles indexados ao CDI. Portanto, estes títulos são mais indicados para quem busca estratégias de médio e longo prazo, enquanto investimentos atrelados à Selic e ao CDI são mais recomendados para objetivos de curto e médio prazo.

É importante alinhar a data de vencimento dos papéis com os objetivos pessoais de cada investidor, já que os títulos podem gerar perdas se forem resgatados antes do prazo estipulado.

Analistas alertam, ainda, para a existência de boas oportunidades no mercado de crédito privado, a princípio muito negativo devido à crise corporativa, mas que agora começa a apresentar melhora com o aumento do número de ofertas e a diminuição dos spreads.

No mercado de renda variável, ainda que tenha sofrido nos últimos anos devido ao avanço dos juros, a queda da Selic pode criar atratividade. Contudo, é importante levar em conta que a redução da Selic não necessariamente levará a uma alta na bolsa. Isso depende também de outros fatores, como as medidas de arrecadação do governo e a atividade macroeconômica.

Por fim, é necessário destacar que com a queda dos juros, há uma tendência de diminuição do custo do crédito e do rendimento de algumas aplicações financeiras de renda fixa.

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