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Crescimento de 0,1% do PIB brasileiro: Analista comenta se isso favorece ou dificulta a redução dos juros

Especialista do BTG Pactual evidencia como a performance econômica do Brasil no 3º trimestre representa um desafio para a política monetária

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro apresentou no terceiro trimestre um cenário que complica qualquer tentativa de aceleração no corte da taxa Selic. Essa é a análise de Bruno Martins, economista do BTG Pactual. Houve um crescimento de 0,1% da economia brasileira no terceiro trimestre, em comparação ao trimestre anterior, um percentual maior do que a projeção feita por analistas consultados pela Bloomberg.

Martins destaca que, além de superar as projeções do mercado, o PIB teve um forte desempenho em itens de demanda, como serviços e o consumo das famílias. Esses setores são beneficiados pelos estímulos fiscais e renda. Portanto, esses dados acentuaram a disparidade entre setores cíclicos - que refletem a atividade - e os não-cíclicos.

O economista do BTG também aponta que a queda na taxa de investimentos, que chegou a 16,6% de acordo com o IBGE, reduz as chances do Banco Central acelerar a flexibilização monetária dos atuais 0,50 ponto percentual para 0,75pp. Ele define essa situação como um desafio para a política monetária, uma vez que demonstra o apetite consumidor das famílias com um mercado de trabalho resiliente. O BTG prevê uma taxa Selic de 9,75% ao término do ciclo de cortes em 2024.

Martins ainda destaca que o setor agropecuário foi uma das boas surpresas no 3º trimestre, pois a queda foi menor do que o previsto, mesmo que este ano seja de supersafra no país. Por outro lado, ele alerta que as questões climáticas podem representar um risco para o setor em 2024.

O BTG está revendo para cima a projeção de crescimento para este ano, migrando de 2,7% para algo próximo de 2,9%. Entretanto, a estimativa para 2024 aponta para uma expansão mais modesta, de 1,5%. O economista do BTG ainda pontua que um PIB maior este ano pode melhorar a relação entre a dívida e o PIB. O banco estima que essa relação possa chegar a 75% do PIB, mesmo considerando os pagamentos de precatórios.

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