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Criação de gado é identificada como maior causadora do desmatamento na América do Sul

Mapeamento do MapBiomas Amazônia revela que a pecuária é a maior responsável pela derrubada da vegetação na região.

Uma pesquisa inédita do MapBiomas Amazônia, apresentada na última sexta-feira (8), durante a 28ª Conferência das Nações Unidas para Mudança do Clima (COP 28) em Dubai, Emirados Árabes Unidos, destaca a pecuária como o principal agente de desmatamento na América do Sul entre os anos de 1985 a 2022.

O mapeamento analisou uma área de 844 milhões de hectares, equivalente a 47% do território sul-americano, e englobou o bioma amazônico no Brasil, na Colômbia e na Venezuela, bem como a bacia amazônica no Equador, Peru e Bolívia. As principais bacias hidrográficas que sustentam o bioma, Amazonas e Araguaia-Tocantins, e todo o território continental da Guiana, Guiana Francesa e Suriname, que não estão incluídos na bacia do rio Amazonas, mas possuem florestas similares, também foram considerados.

De acordo com o estudo, 86 milhões de hectares de vegetação natural foram destruídos no território estudado e 84 milhões desses hectares foram convertidos para a agropecuária e silvicultura. Dentre essas áreas, as pastagens foram predominantes, ocupando 66,5 milhões de hectares da região devastada entre 1985 e 2022, o que corresponde a 77% da área transformada. As áreas destinadas à agricultura totalizaram 19,4 milhões de hectares.

O levantamento aponta ainda que o uso da terra pelo homem na Amazônia em 1985 correspondia a 51 milhões de hectares, ou 6% do bioma. Em 2022, esse número passou para 136 milhões de hectares, ou 16% do total. A destruição da vegetação afetou principalmente as florestas: apenas 6 milhões de hectares dos que foram suprimidos nesse período eram de formações não florestais.

“Embora o levantamento mostre que 81,4% da Amazônia ainda estejam cobertos por vegetação natural, apenas 73,4% são florestas – percentual que já está dentro da faixa estabelecida pela ciência como limite para que a Amazônia se mantenha ou se recupere, evitando o processo de savanização na região”, diz o texto do mapeamento.

O estudo revelou ainda um aumento expressivo nas atividades de mineração dentro da floresta: um crescimento de 1.367% entre 1985 e 2022, alcançando a marca de meio milhão de hectares.

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