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Empresa acusada de fraude e propina tem sede em Guará

De acordo com a Procuradoria Geral da República, a companhia com base no Guará, Murano Construções, pode estar ligada a um escândalo de corrupção no governo do Acre através de propinas ao governador.

A denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) tem como alvo a empresa Murano Construções, sediada no Guará, no Distrito Federal. A investigação pode levar à deposição do governador do Acre, Gladson Cameli. Os investigadores sugerem que a Murano e outras companhias que foram subcontratadas pagaram ao governador uma propina de mais de R$ 6,1 milhões. O montante foi pago através de parcelas de um apartamento em um bairro elegante de São Paulo e de um carro de alto padrão.

Segundo a PGR, a fraude ocorreu em 2019, quando a Murano fechou um contrato com o governo estadual. A companhia ficou responsável pela execução de grandes projetos de infraestrutura, mas terceirizou a tarefas para subempreiteiras. Uma dessas empresas contratadas, a Rio Negro Construções, tem como sócio o irmão do governador.

A PGR acredita que o esquema foi deliberadamente arquitetado para ocultar a ligação entre o irmão do governador e a Rio Negro, já que ele não poderia ser disputado por meio de contrato legal. A investigação conclui que o governador era o verdadeiro beneficiário dos fundos.

A Murano Construções foi contratada através de um método chamado 'adesão à ata', ou seja, eles aproveitaram uma licitação já concluída por outra instituição pública para contratar a empresa para realizar grandes obras estradais. Contudo, em vez de executar os trabalhos, a Murano terceirizou a tarefas para outras empresas. Uma delas tinha como um de seus sócios o irmão do governador.

A denúncia estimou que a corrupção custou quase R$ 150 milhões aos cofres públicos. O Ministério Público Federal (MPF) solicitou o bloqueio de bens dos acusados até o valor de R$ 12 milhões. Já a Murano divulgou que ainda não teve acesso às denúncias e por isso não poderia comentar.

O advogado do governador, Pedro Ivo, classificou a denúncia como arbitrária e absurda. Ele disse: 'Não há nenhum fato novo que justifique esse pedido de afastamento. Ele decorre de um outro pedido que já tinha sido indeferido pelo Superior Tribunal de Justiça. É além de tudo, ele foi feito na vagância do cargo de procurador-geral da República... é não há nenhuma ilegalidade atribuível ao governador Gladson Cameli. As obras foram todas executadas e entregues ao povo do Acre, que reelegeu Gladson Cameli no primeiro turno. Esse pedido de afastamento é uma afronta ao mandato conferido pelo povo do Acre. O governador Gladson Cameli confia no Poder Judiciário, Superior Tribunal de Justiça e fará sua defesa e tem a convicção que esse pedido ao final será indeferido.'

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