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Ex-senadora condenada pelo TSE considera provável cassação de Moro

O Ministério Público Eleitoral faz referência ao caso de Selma Arruda para justificar a perda de mandato de Moro

Selma Arruda, ex-senadora do Podemos-MT, que foi cassada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2018 por caixa 2 e abuso de poder econômico, disse que a perda do mandato de Sergio Moro, senador pela União Brasil-PR, parece muito provável. O TSE já havia julgado de forma semelhante o caso de Selma Arruda e essa decisão foi citada no parecer do Ministério Público Eleitoral do Paraná, que pediu a cassação do mandato de Moro por abuso de poder econômico nesta quinta-feira (14). A apreciação judicial de Moro está programada para ocorrer no final de janeiro. O documento do MP Eleitoral do Paraná menciona o nome de Selma, muitas vezes chamada de 'Moro de saias', dez vezes em suas 78 páginas.

Retirada de seu cargo em dezembro de 2019 por uma votação de 6 a 1 no plenário do TSE - com o ministro Edson Fachin votando na minoria -, Selma foi condenada por antecipar despesas de campanha, como a contratação de empresas de marketing e pesquisa, bem como a produção de vídeos e jingles durante o período de pré-campanha, o que constitui uma violação da legislação eleitoral. Embora nenhum dos sete ministros que participaram do julgamento de Selma ainda esteja no tribunal, o precedente de seu caso permanece atual e é citado de forma privada na Corte como uma ameaça ao futuro político de Moro.

Selma afirma não ter cometido nenhum crime e nega que tenha abusado do poder econômico ao concorrer com o apoio financeiro do agronegócio mato-grossense. Ela diz:

'Parece que estou revivendo a minha história, de você não conseguir mexer com certas pessoas (no enfrentamento da corrupção na área da Justiça) sem ter o troco. Essa é a verdade, é a maior injustiça contra o Moro, um revanchismo contra a Lava-Jato'

Agora, o PT e o PL acusam Moro de ter praticado abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação social, além de caixa 2. Os dois partidos querem provar que Moro se beneficiou do dinheiro e da exposição durante sua pré-campanha para a presidência, dando-lhe uma vantagem injusta na corrida para o Senado, na qual ele decidiu participar após desistir de concorrer à presidência pelo Podemos e passar para a União Brasil. Os procuradores Marcelo Godoy e Eloisa Helena Machado, do MP Eleitoral, apoiam este argumento, e estimam que as despesas de pré-campanha de Moro teriam somado R$2 milhões. Em segundo plano, o PT e o PL são considerados os melhores aliados, segundo Selma Arruda.

O futuro de Moro no parlamento agora está nas mãos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cuja decisão ainda é desconhecida. Alguns ministros do TSE e do Supremo Tribunal Federal (STF) afirmam off-the-record que o parecer do MP Eleitoral do Paraná anulou o argumento de Moro de que ele é vítima de 'perseguição política'

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