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Fracasso: A esperança de uma vacina contra o HIV até 2030 parece ter chegado ao fim

Duas vacinas na última etapa de testes clínicos provaram ser inúteis na luta contra o HIV, não restando nenhuma outra à vista na fase 3 dos estudos clínicos.

O último teste de uma vacina contra o HIV, que muitos acreditavam ser nossa melhor aposta nesta década, falhou na fase final dos testes clínicos e foi interrompido um ano antes do planeado. Isso significa que não existem atualmente kits de imunização na fase 3 de testes, a última antes da aprovação.

O PrEPVacc, como se chamava o estudo, estava sendo conduzido em Uganda, Tanzânia e África do Sul e contava com cerca de 1.500 voluntários entre 18 a 40 anos. Estes voluntários foram recrutados entre dezembro de 2020 e março de 2021.

Depois de analisar os dados recolhidos até outubro deste ano, os cientistas decidiram antecipar o fim do estudo, inicialmente previsto para 2024. Embora as vacinas se mostrassem seguras, não conseguiram prevenir a infecção pelo vírus HIV.

As vacinas, conhecidas como AIDSVAX e CN54gp140, ambas baseadas em proteínas, vinham sendo desenvolvidas há mais de duas décadas. Mesmo assim, os cientistas já estavam céticos quanto à sua eficácia, uma vez que vacinas semelhantes também falharam anteriormente.

De acordo com o diretor dos testes, Eugene Ruzagira, pesquisador do Instituto de Pesquisa de Vírus de Uganda, 'não há ou há pouquíssima chance de que as vacinas que estamos testando estão reduzindo o risco de contrair o HIV'.

Esta é realmente uma má notícia, visto que todas as outras doses avançadas falharam, e as vacinas em teste ainda estão longe do fim dos ensaios clínicos. O desafio seguinte é formidável: o HIV possui uma grande diversidade genética e uma capacidade de mutação muito rápida, tornando o desenvolvimento de uma vacina altamente complexo.

No entanto, em meio ao desapontamento, há um brilho de esperança. A Moderna, farmacêutica americana, está atualmente na fase 1 dos testes de uma vacina de RNA mensageiro contra o HIV, a mesma plataforma usada na vacina contra a Covid-19.

Para os cientistas, é o momento de encarar este fracasso com otimismo e olhar para essa nova geração de abordagens e tecnologias de vacinas para seguir em frente. Apesar dos desafios, o diretor do PrEPVacc, Ruzagira, acredita: 'Espero que um dia seja desenvolvida uma vacina eficaz contra o HIV'.

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