O Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) organizou uma reunião pública nesta sexta-feira 8 para celebrar o 75º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU). Durante o evento, Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, comentou a constante disputa em torno das noções de direitos humanos, apontando uma divisão cada vez maior no Brasil.
Segundo Almeida, a crise do capitalismo e as frequentes violações dos direitos humanos no Brasil estão nutrindo o fascismo. Ele acredita que o país não está mostrando sensibilidade à democracia e à participação popular. 'No Brasil, as crises são permanentes por conta da nossa condição de dependência econômica, que a gente insiste em não se livrar mesmo quando tem oportunidade de fazê-lo. O Brasil é um país insensível à democracia e à participação popular.', afirmou.
Almeida apontou a importância de se trabalhar em direção ao futuro, pois, segundo ele, o Brasil ainda carece de garantias de respeito aos direitos humanos. Ele afirmou: 'Quero também celebrar o Conselho Nacional de Direitos Humanos, celebrar a Política Nacional de Direitos Humanos, que se faz em consonância com uma política internacional de direitos humanos, que está em luta e em construção. Não está nada dado. Não está nada posto. Nós temos que pôr isso na luta constante, no debate, na disputa ideológica. O campo dos direitos humanos se tornou principal ponto da disputa ideológica sobre o sentido do mundo.'
Silvia Rucks, coordenadora residente da ONU Brasil, destacou que a Declaração Universal dos Direitos Humanos fortaleceu os movimentos sociais globais pelos direitos dos trabalhadores e contribuiu para a redução de muitas formas de discriminação. Ela também citou os avanços que o Brasil alcançou.
O chefe adjunto da Delegação da União Europeia (UE) no Brasil, Jean-Pierre Bou, defendeu que o Brasil e a UE devem continuar a valorizar a democracia e a defesa dos direitos humanos. Ele acredita que a reentrada do Brasil no Conselho de Direitos Humanos da ONU em 2024 contribuirá para intercâmbios mais intensos e alavancará a influência diplomática do Brasil na defesa dos direitos humanos em todo o mundo.
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