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Justiça barra licitação milionária para gestão de cemitérios em Campos, RJ

A Justiça atendeu ao apelo do Sindicato de Estabelecimentos de Serviços Funerários (SEFERJ), que apontou graves irregularidades no procedimento.

Uma liminar concedida pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) suspendeu a licitação para a administração dos cemitérios públicos de Campos dos Goytacazes, uma cidade na região norte do estado do Rio. A medida veio à tona nesta segunda-feira. A ação foi uma resposta à solicitação do Sindicato de Estabelecimentos de Serviços Funerários (SEFERJ), que supostamente encontrou diversas irregularidades no processo.

A sessão pública que discutiu a licitação aconteceu no dia 30 de novembro, mas apenas um único envelope foi aberto, já que apenas uma empresa conseguiu atender a todos os pré-requisitos exigidos. No total, são 24 cemitérios públicos na cidade e a estimativa de valor do contrato chega ao patamar de R$ 564 milhões.

SEFERJ apresentou uma denúncia de alterações no processo de licitação, alegando restrição de participação. O sindicato buscou salvaguardar o melhor serviço à população e garantir isonomia entre os licitantes. A empresa Costa & Isaac levou a questão ao TJRJ com um mandado de segurança. Segundo Leonardo Martins, presidente do sindicato, a falta de transparência e a baixa competitividade no processo de licitação vão em contra dos interesses públicos.

Em suas palavras, 'ao ter somente uma empresa participando, logicamente, ela será a vencedora. Isso prejudica tanto a população, que pode não receber o melhor serviço, quanto a própria prefeitura, que deixa de avaliar uma proposta mais qualificada e vantajosa ao município', disse Leonardo.

Já a prefeitura de Campos dos Goytacazes, atualmente não aplica qualquer tarifa pela locação de capelas mortuárias, mas isso mudaria, caso a única empresa participante da licitação seja contratada. O SEFERJ questionou a introdução desta nova taxa, que custará R$ 12 a cada três horas por metro quadrado. Dos 24 cemitérios licitados, apenas dois possuem capelas, localizadas no Caju e no Mosteiro de São Bento. Cada capela tem por volta de 50 metros quadrados. Como resultado, o cidadão teria que pagar cerca de R$ 600 por um velório de três horas.

Outras taxas também foram questionadas pelo sindicato, como a de exumação que aumentaria de R$ 157,60 para R$ 590,00 e a de manutenção de áreas comuns e jazigos perpétuos, que ao invés dos atuais R$ 156,72, passaria a custar R$ 360,00. O advogado de defesa da SEFERJ, Marcelo Simão, reforçou as alegações de falta de competitividade e monopólio no processo de licitação.

Conclusivamente, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro deferiu a liminar que suspendeu a licitação e notificou a prefeitura. A decisão final do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) está pendente das respostas da prefeitura e parecer do Ministério Público.

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