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Lula manifesta desaprovação diante de ações de Maduro

A busca do Brasil por uma resolução pacífica para a situação em Essequibo é abalada pelos movimentos do presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

Informações recentes apontam que as ações do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, incluindo ameaças à Guiana, estão despertando a insatisfação de Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente brasileiro já sinalizou seu descontentamento para a Venezuela, ao passo que busca favorecer um ambiente para a negociação de uma solução pacífica para a disputa territorial em Essequibo.

Segundo informações de fontes do governo ouvidos, a relação usualmente amigável entre Lula e Maduro está sendo afetada pela situação. Maduro foi recebido por Lula em Brasília em maio, no entanto, suas atitudes recentes têm perturbado o ambiente diplomático na América do Sul.

Na cúpula do Mercosul realizada no Rio de Janeiro na quinta-feira passada, uma declaração a respeito da situação do Essequibo foi assinada, alertando contra ações unilaterais que poderiam aumentar a tensão na região. Diplomatas brasileiros celebraram a assinatura do documento por oito dos dez países sul-americanos não diretamente envolvidos na questão - Bolívia e Suriname não aderiram.

Aproximadamente duas semanas atrás, Lula enviou Celso Amorim, assessor especial da Presidência, para dialogar com Maduro em Caracas, num pedido para que o governo venezuelano adotasse um tom mais pacífico. No entanto, o pedido não foi atendido. A partir disso, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, recebeu uma ligação do chanceler venezuelano, Yvan Gil, e também falou com o presidente da Guiana, Irfaan Ali. Lula ainda não conversou diretamente com Maduro ou outros representantes venezuelanos.

O Brasil tem se esforçado para mediar as negociações em torno da questão do Essequibo. Durante a cúpula do Mercosul, Lula chegou a oferecer a sede do Itamaraty para a realização de reuniões, e também solicitou a intervenção da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).

Além disso, a Embaixada dos Estados Unidos em Brasília confirmou que o país está em consulta com o Brasil e outros parceiros internacionais sobre o conflito entre a Venezuela e a Guiana, e reiterou o apoio americano para uma resolução pacífica do conflito.

Na última semana, a Venezuela aprovou em um referendo a anexação do Essequibo. O governo venezuelano argumenta que houve 96% de votos favoráveis à anexação, apesar da baixa participação dos eleitores. O Essequibo, rico em petróleo e demais minerais, abrange dois terços do território guianês e sua posse é contestada pela Venezuela desde o século XIX. A atual disputa é analisada pela Corte Internacional de Justiça.

Como a fronteira entre o Brasil e a Venezuela é a única entrada terrestre ao Essequibo, as ações venezuelanas podem impactar os territórios brasileiros. A respeito disso, o Governo brasileiro já informou que não aceitará qualquer ação que invada seu território.

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