O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao longo da convenção eleitoral do PT para o pleito de 2024, instigou o partido a melhorar a comunicação com as camadas da população, especificamente os evangélicos e pequenos empresários. Ele frisou a importância de abandonar as pequenas disputas internas e focar em selecionar os melhores candidatos para as próximas eleições.
O líder petista questionou a performance eleitoral do partido, ponderando: “Nós temos que nos perguntar por que um partido que, muitas vezes no discurso pensa que tem toda a verdade do planeta, só conseguiu eleger 70 deputados? Por que tão pouco se a gente é tão bom? Por que tão pouco se a gente acha que a gente poderia ter muito mais? É preciso que a gente tente encontrar resposta dentro de nós.”
Lula trouxe à tona estatísticas eleitorais para argumentar que cidadãos com renda superior a dois salários mínimos mostram resistência ao PT. Para ele, a falha reside na incapacidade da militância e dos políticos do partido em se comunicarem adequadamente com esse público. Ao se referir a esse grupo, ele afirmou: “Quem ganha mais de R$ 5.000 não quer votar na gente. Essa pessoa ficou ruim? Não, às vezes essa pessoa elevou um pouco o padrão de vida. Desaprendemos a conversar com ela”.
“Será que nós estamos falando aquilo que o povo quer ouvir de nós? Será que nós estamos tendo competência para convencer o povo das nossas verdades? Ou será que temos que aprender com o povo como é que a gente fala com ele? Como é que a gente vai chegar nos evangélicos…não é individualmente um problema de uma pessoa. É uma narrativa que temos que aprender para conversar com essa gente”, considerou o presidente.
Lula reforçou a necessidade do PT realizar um 'trabalho de base' e discutiu a importância de realizar alianças estratégicas, citando o exemplo do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).
Quanto às eleições municipais de 2024, Lula prevê um cenário semelhante à sua disputa contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, e encoraja os candidatos a se engajarem sem medo na arena política: “Não pode aceitar provocação nem ficar com medo. Quando o cachorro late para a gente, a gente late para ele também”.
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