A Meta, controladora do Facebook, comunicou nesta quinta-feira 7 ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que não dispõem mais em seu arquivo de um vídeo, postado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) alguns dias após o 8 de Janeiro.
Na terça-feira 5, Moraes estabeleceu um prazo de 48 horas para que a companhia entregasse a gravação, com uma multa diária de 100 mil reais em caso de não cumprimento.
“A despeito de sua postura cooperativa, a META PLATFORMS respeitosamente reforça que não possui o conteúdo objeto da r. ordem e que seu fornecimento consubstancia obrigação materialmente impossível”, declarou a empresa.
Na segunda-feira 4, a Procuradoria-Geral da República fez outra solicitação para que a Meta fosse obrigada a disponibilizar o vídeo que foi compartilhado por Bolsonaro. No vídeo, um procurador de Mato Grosso sustentava que Lula (PT) havia vencido a eleição graças a uma fraude no voto eletrônico. Bolsonaro, que apoiou essa afirmativa, estava equivocado.
No documento, o Ministério Público Federal reiterou seu pedido para que o vídeo fosse conservado e incluído nas investigações sobre ocorrências do dia 8 de Janeiro. A solicitação, realizada em 13 de janeiro, foi aprovada por Moraes, que também tornou Bolsonaro suspeito por incentivo aos atos golpistas.
Contudo, 11 meses após o pedido e a decisão judicial, o material ainda não foi incluído no inquérito.
Em Agosto, a Meta já havia avisado ao STF que, por conta de Bolsonaro ter apagado o vídeo antes da decisão judicial, não seria possível cumprir a ordem.
Se a Procuradoria-Geral da República entender que há elementos suficientes contra Bolsonaro, poderá formalizar um processo no Supremo. Os casos relacionados ao dia 8 de Janeiro estão sob relatoria de Alexandre de Moraes.
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