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‘Não alcançamos as metas’: Fernández diz adeus na Argentina e prepara sucessão para Milei

Em seu discurso de despedida, o presidente destacou suas conquistas, mas reconheceu as falhas em aspectos cruciais para os cidadãos

Alberto Fernández, atual presidente da Argentina, fez um pronunciamento em cadeia nacional na sexta-feira, anunciando sua despedida do cargo. Ele está preparando o terreno para a posse do ultradireitista Javier Milei como o próximo líder do país neste domingo.

No discurso, Fernández destacou algumas realizações de seu governo, mas também admitiu que não conseguiu cumprir alguns objetivos que impactam diretamente a vida da população. 'Nesse período, não conseguimos estabelecer uma base econômica sólida que pudesse proporcionar uma vida digna a todos. Expandimos os direitos, mas ainda é insuficiente. Estabelecemos a justiça social como um objetivo, mas ainda não conseguimos alcançá-la', declarou o presidente peronista.

Ele também reconheceu as falhas em algumas áreas fundamentais como o reforço da renda, a luta contra a inflação e a redução da pobreza. Fernández citou a pandemia de Covid-19 e uma seca severa como alguns dos principais desafios que seu governo enfrentou, além das consequências do empréstimo de 57 bilhões de dólares que a Argentina contraiu com o Fundo Monetário Internacional sob a liderança de seu antecessor, o neoliberal Mauricio Macri.

'Nos últimos quatro anos, tivemos que lidar com os efeitos prejudiciais de uma dívida adquirida de forma irresponsável pelo governo anterior. Esta é a principal causa de nossa crise social e econômica atual', afirmou.

A troca de um presidente de centro-esquerda por um ultradireitista acontece justamente quando marca 40 anos do fim de uma das ditaduras militares mais brutal da América do Sul. Fernández disse: 'A geração que despediu-se da ditadura, temendo que em algum momento de nossa história pudesse voltar ao ciclo de autoritarismo, jamais poderia imaginar que, quatro décadas mais tarde, testemunharíamos uma transição de governos de forças políticas completamente distintas, ambas eleitas pelo povo.'

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