MUNDO POLÍTICA

OEA classifica como ‘antidemocrático’ referendo venezuelano para anexar território da Guiana

Luis Almagro, líder da Organização dos Estados Americanos (OEA), criticou ações agressivas da Venezuela e classificou o referendo sobre o território de Essequibo como ilegal e ilegítimo

A Secretaria-Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), sob a liderança de Luis Almagro, considerou o referendo realizado sobre a região do Essequibo, convocado pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, como 'ilegal e ilegítimo'.

Em nota oficial, a organização expressou preocupação sobre a postura agressiva do governo venezuelano em relação à Guiana, ressaltando a ameaça à segurança regional e à soberania territorial. A nota também enfatizou que o referendo, que resultou na votação majoritária para anexar o Essequibo à Venezuela, representa o uso antidemocrático de processos democráticos por parte do governo Maduro.

A OEA alertou que essas ações adotadas pela Venezuela ameaçam o desenvolvimento e a estabilidade da Guiana, além de representar um risco para a segurança de toda a América Latina e do Caribe. Almagro solicitou uma reunião especial do Conselho Permanente da organização para avaliar possíveis medidas para mitigar as tensões entre a Venezuela e a Guiana.

Vale lembrar que o governo venezuelano, que em 2017 fez uma solicitação formal para sair da OEA, não é mais representado na organização. A Venezuela realizou o referendo na região do Essequibo, rica em recursos naturais, no último domingo, recebendo o apoio majoritário dos eleitores.

Em seguida, Maduro ordenou a criação de um estado na Guiana e a anexação do território do Essequibo, acirrando as tensões na região. Em 2015, a ExxonMobil descobriu diversas jazidas de petróleo no Essequibo e a Guiana já autorizou oito empresas estrangeiras a explorar essas áreas reivindicadas pela Venezuela.

O conflito territorial começou em 1899, quando a decisão arbitral de Paris atribuiu a soberania do Essequibo à então Guiana Britânica, decisão essa que a Venezuela contesta na ONU desde 1962.

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