Marcelo Milani, Promotor de Justiça reconheceu que somente processou o antigo prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, por improbidade administrativa devido a um esquema de revanche. Essa admissão veio à tona quando Milani abandonou uma ação que estava movendo contra Haddad. Conforme a repórter Monica Bergamo, escreveu para a Folha de S.Paulo, essa desistência foi endossada na quinta-feira (7/12) pelo Superior Tribunal de Justiça.
Em 2017, Haddad já tinha compartilhado em um artigo da revista Piauí que recebeu informações que apontavam para um pedido de propina de R$ 1 milhão por Milani para não dar continuidade a uma ação na justiça contra a empresa Odebrecht. Mesmo com a ausência de outras provas, Haddad encaminhou o caso para a Corregedoria-Geral do Ministério Público de São Paulo.
Após essa atitude de Haddad, Milani o processou por calúnia, injúria e difamação e na primeira instância Milani conseguiu a vitória. Porém, essa decisão foi revogada em outra instância pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Temendo outro revés pelo STJ, Milani decidiu propor um acordo com Haddad que encerraria a ação e o isentaria dos custos dos honorários de sucumbência.
Em troca, ele deveria confessar que iniciou as ações contra Haddad unicamente por vingança após a denúncia apresentada contra ele pelo político. Segundo documento do acordo, Milani afirmou que 'extrapolou em seu comportamento e abriu ações de improbidade administrativa' contra Haddad devido ao entendimento equivocado sobre as ações de Haddad como prefeito de São Paulo.
Milani admitiu ter sido responsável por três ações de improbidade administrativa contra Haddad, incluindo a que questionava supostas irregularidades nas ciclovias, aberta mesmo sem possuir atribuições funcionais para isso, além de outros dois processos relacionados a supostos problemas no Theatro Municipal e acusações de Haddad estar criando uma 'indústria das multas' em São Paulo.
O acordo entre Milani e Haddad determina o fim do processo, com cada parte se responsabilizando pelos honorários de seus respectivos advogados. Os advogados Igor Sant'Anna Tamasauskas e Otávio Ribeiro Lima Mazieiro representaram Haddad e afirmam que o 'acordo fala por si'.
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