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Quadrilha analisa valor e qualidade de armas traficadas em conversas interceptadas pela Polícia Federal

A Polícia Federal rastreou conversas de um grupo do Paraguai, suspeito de traficar mais de 43 mil armas no Brasil, onde discutem a negociação de pistolas, fuzis e escopetas com traficantes de grandes facções criminosas do país.

Em conversas rastreadas pela Polícia Federal, uma suposta quadrilha de contrabando de armas com base no Paraguai discutia detalhes, como valor e qualidade, dos armamentos negociados com traficantes das maiores facções criminosas do Brasil. Segundo as investigações, dentro de três anos, foram negociadas mais de 43 mil unidades, incluindo pistolas, fuzis e escopetas, oriundos de fábricas europeias.

Na terça-feira passada, a PF, com o apoio da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (SENAD/PY) e do Ministério Público do Paraguai, iniciou a Operação Dakovo, tentando cumprir 31 mandados de prisão (preventivas ou temporárias) e 54 mandados de busca e apreensão no Brasil, Paraguai e nos Estados Unidos. O alvo eram os revendedores das armas, intermediários, doleiros, funcionários responsáveis pelo controle de importações que facilitavam a entrada desses produtos no país, além dos próprios traficantes.

Um dos diálogos interceptados analisados, que envolvia a secretária da importadora IAS, conversando com um intermediário sobre a venda de fuzis, evidencia a complexidade dos negócios realizados pelo grupo. A mulher mencionou como um integrante de sua rede prestava um serviço de 'limpeza' nas armas, raspando suas numerações antes de enviá-las do Paraguai para o Brasil, desta forma, dificultando o rastreamento das mesmas em caso de apreensão.

As armas vendidas também eram destinadas para grandes facções como o Comando Vermelho, como foi visto em outra conversa interceptada, onde Fhillipe da Silva Gregório, também conhecido como Professor, reclama sobre a qualidade dos fuzis recebidos.

As investigações sobre o grupo criminoso começaram quando a PF prendeu duas pessoas na Bahia com 23 pistolas e dois fuzis com sinais de adulteração, além de munições e carregadores, em 2020. A partir daquele momento, as investigações avançaram, apontando os responsáveis pela importação do material oriundo também de países da Europa, como Turquia, República Tcheca e Eslovênia. Durante o período investigado, a movimentação financeira da quadrilha chegou a R$ 1,2 bilhão, segundo a PF.

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