MUNDO POLÍTICA

Referendo acerca da anexação de ‘Guiana Essequiba’ pela Venezuela encerra votação

O tempo para votação no referendo acerca da reivindicação da Venezuela sobre a 'Guiana Essequiba' foi estendido em duas horas, com as urnas finalmente sendo fechadas.

Domingo, 3 de Novembro foi dia de referendo na Venezuela, no qual a nação consultou sua população sobre a reivindicação por Essequibo, uma região sob controle da Guiana, rica em petróleo e recursos naturais. Até o momento, os resultados da votação ainda não foram divulgados.

A autoridade eleitoral da Venezuela prorrogou o prazo para terminar a votação em duas horas - agora encerrada às 20h horário local (21h no horário de Brasília) - devido à contínua participação popular.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que tem planos de disputar a reeleição em 2024, votou em seu centro eleitoral, que se localiza em um forte militar. “Hoje estamos votando como Venezuela por uma única cor, um único sentimento”, relatou aos jornalistas.

Enquanto isso, no Brasil, o presidente Lula (PT) pediu por 'bom senso' no domingo, em meio a crescentes tensões na América do Sul.

Antes de partir para a Alemanha em uma viagem internacional, com o destino final sendo a COP28 nos Emirados Árabes Unidos, Lula afirmou que a região não precisa de mais conflitos, indicando: “Não se pode ficar pensando em briga. Espero que o bom senso prevaleça, do lado da Venezuela e do lada Guiana. A humanidade deveria ter medo de guerra. Só faz guerra quando falta bom senso. Vale mais a pena uma conversa do que uma guerra.”

Lula também sugeriu que o foco deve ser em “trabalhar com muita disposição de melhorar a vida do povo, e não ficar pensando em briga, não ficar inventando história”.

Na sexta-feira, dia 1º, a Corte Internacional de Justiça (CIJ) declarou que a Venezuela deve 'se abster de qualquer ação que modifique a situação atualmente em vigor no território em disputa'. O país, entretanto, não aceita a jurisdição do principal órgão judicial da ONU.

A região em disputa, chamada de Guiana Essequiba pela Venezuela, é um território de 160 mil km² atualmente administrado pela Guiana, mas cobiçado pela Venezuela. A área é rica em depósitos de petróleo e minerais, e também abriga as luxuriantes bacias hidrográficas e as cataratas Kaieteur.

O referendo, que não é vinculativo, apresentou cinco perguntas que variam desde o reconhecimento da jurisdição da CIJ até a possibilidade de criar uma província venezuelana naquela área e conceder nacionalidade aos seus habitantes. A votação é esperada para ser vencida pelo 'sim' de forma avassaladora, e embora não altere a situação legal do território, pode fortalecer a reivindicação territorial por parte da Venezuela.

A Guiana, por outro lado, considera o referendo uma 'violão das leis internacionais'. Ainda anunciou recentemente uma grande descoberta de petróleo em Essequibo, aumentando as reservas do país em pelo menos 10 bilhões de barris, o que os coloca à frente até mesmo do Kuwait.

Neste contexto, o presidente Maduro apelidou seu colega guianense, Irfaan Ali, de 'escravo' da grande empresa petrolífera americana ExxonMobil.

O referendo foi convocado após a Guiana abrir uma licitação para poços de petróleo na área em Agosto, uma ação que instigou a ira dos venezuelanos.

A Venezuela construiu uma pista militar perto da fronteira, e a Guiana sugeriu a instalação de bases de aliados estrangeiros na área. Maduro argumenta pela 'diplomacia de paz', enquanto Ali também solicita 'bom senso'.

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