A administração do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) tem causado descontentamento no setor de bolsonaristas da Assembleia Legislativa de São Paulo. Isso se deve ao fato de Tarcísio favorecer as sugestões parlamentares de deputados do centrão e de oposição, enquanto negligencia as dos aliados.
Aleém disso, atos do governador têm sido vistos como gestos de conciliação com grupos à esquerda, o que vem ampliando o desconforto entre os bolsonaristas. O deputado Gil Diniz (PL) chegou a dizer em entrevista à Folha que Tarcísio não valoriza o 'orgulho conservador'.
As indicações são formas de solicitações ou conselhos que qualquer deputado pode fazer ao governador e são oficializadas no Diário Oficial. Essas indicações são especialmente relevantes para deputados de primeiro mandato, que ainda não possuem emendas impositivas, as quais o governo tem a obrigação de acatar, em seu orçamento.
Em 2023, os integrantes do recém-formado bloco bolsonarista — Lucas Bove, Gil Diniz, Tenente Coimbra e Major Mecca, todos do PL — não tiveram nenhum repasse.
Um levantamento da Folha revelou que o Republicanos, partido do governador, liderava com R$ 18,2 milhões em repasses até o final de outubro. Os seguintes são o PL (R$ 13,5 milhões), PSD (R$ 11,6 milhões) e o PSDB (R$ 9,9 milhões), todos aliados de Tarcísio. Além disso, o governo prometeu R$ 11 milhões aos parlamentares da base aliada, e metade para os da oposição.
No entanto, mesmo os opositores, como PT, PCdoB, PSB e PDT têm tido seus pedidos atendidos, o que influencia ainda mais o desconforto dos bolsonaristas. Andrea Werner (PSB) e Emídio de Souza (PT), por exemplo, obtiveram pagamentos de R$ 1,3 milhão em indicações parlamentares, com base nas informações do site da Secretaria de Governo.
Em suas redes sociais, Gil Diniz expressou indiretamente sua insatisfação afirmando que Tarcísio destinou R$ 500 mil para um município do interior por sugestão da deputada Thainara Faria, do PT, que de acordo com ele, não manifestou agradecimento ao governador.
Em comunicado, a Secretaria de Governo e Relações Institucionais do Governo de São Paulo afirmou que está dialogando com os deputados para fazer as correções necessárias nos pedidos de indicações para que o processo possa prosseguir. A alegação é que as indicações que não foram atendidas, em geral, apresentaram falhas técnicas nos pedidos feitos pelos deputados.
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