O vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin (PSB), defendeu fortemente na quarta-feira 10, que os militares envolvidos no evento de 8 de janeiro sejam severamente punidos. Esta declaração foi feita em uma entrevista do político ao jornal Folha de S. Paulo.
Alckmin acredita que as punições 'estão apenas começando' e diz que é possível ver um futuro com militares punidos. 'É uma fase que ainda nem começou. A punição adequada é importante porque o processo é grave. Você percebe que muitas pessoas que participaram, um pouco por ingenuidade, foram manipuladas. Esta é uma investigação que precisa ser feita', revelou o vice-presidente.
O vice-presidente não considera a pena aplicada até agora a 30 golpistas pelo Supremo Tribunal Federal como excessiva. No entanto, ele pede que 'níveis superiores' do grupo golpista também sejam atingidos. Foi nesse contexto que Alckmin defendeu a punição dos militares.
O vice-presidente criticou dizendo: 'Não é possível punir apenas aqueles que estavam presentes. Quem incitou tudo isso? Quem incentivou? Quem espalhou fake news? Quem financiou? Pode ser um civil, pode ser um militar, um funcionário público ou privado, não importa. A lógica da República é que a lei deve ser para todos. Aliás, eu diria mais: quanto maior a responsabilidade, a autoridade e o poder, maior deve ser a obediência à lei', concluiu.
Na mesma entrevista, o vice-presidente argumentou que as Forças Armadas cometeram um erro ao não impedir o acampamento em frente ao quartel de Brasília, de onde veio a onda de invasores para as sedes dos três poderes. Alckmin acredita, entretanto, que houve um 'desvio' da instituição militar pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), algo que já teria sido corrigido na nova gestão após a mudança no comando do Exército.
Alckmin, na entrevista, afirmou indubitavelmente que 'Bolsonaro não tem nenhum apreço pela democracia.'
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