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Comunicado da Arquidiocese de SP destaca perplexidade diante de perseguição ao Padre Júlio Lancellotti

A Arquidiocese de São Paulo expressa indignação com a criação de uma CPI que tem como alvo o padre Júlio Lancellotti, conhecido por seu trabalho com a população de rua.

A Arquidiocese de São Paulo lançou uma nota oficial repudiando a perseguição sofrida pelo padre Júlio Lancellotti, que tem sido alvo de ataques da extrema direita da metrópole.

O vereador Rubinho Nunes, um dos fundadores do Movimento Brasil Livre (MBL), está trabalhando para instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal de São Paulo. O objetivo da CPI é investigar ONGs que atendem pessoas em situação de rua, com foco principal na atuação do padre Júlio Lancellotti na região central da cidade.

Conhecido por seu trabalho com a população mais vulnerável, Lancellotti é referência tanto no Brasil quanto internacionalmente. A Arquidiocese de São Paulo declarou estar perplexa com a perseguição ao padre e a criação da CPI.

Na nota oficial, a Arquidiocese ressalta o papel importante de Lancellotti como Vigário Episcopal para a Pastoral do Povo da Rua, coordenando e incentivando diversos serviços pastorais voltados para o acolhimento da população de rua na cidade. A Igreja Católica enfatiza a necessidade de continuar a realização de obras de misericórdia para os mais pobres e sofridos da sociedade.

Diante das acusações, o padre Júlio Lancellotti resgatou um antigo vídeo de Dom Hélder Câmara para justificar sua atuação com o povo pobre. Ele vem sendo atacado por Rubinho Nunes, fundador do MBL, que tenta colocar em destaque o trabalho feito pelo padre durante as eleições municipais.

Para responder aos questionamentos do vereador, que garantiu apoio para a instalação da CPI, Lancellotti recordou as palavras de Dom Hélder, um dos fundadores da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e símbolo de resistência ao regime militar.

Classificado como 'demagogo' e 'comunista' após o golpe, quando divulgou um manifesto apoiando a ação católica operária no Recife, Dom Hélder Câmara também enfrentou perseguição. Proibido de dar entrevistas e mencionado pela mídia apenas quando necessário, Dom Hélder explicou em 1987 os motivos do ódio da Ditadura Militar contra ele: 'Se uma pessoa, mesmo ajudando os pobres, tem a audácia de falar em justiça, é imediatamente chamada de comunista.'

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