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Empresas tentam domar o clima: em busca de previsões meteorológicas para minimizar perdas

O mercado de consultorias meteorológicas, que movimentou R$ 9,75 bilhões no mundo em 2022 e R$ 40 milhões no Brasil, tem atraído uma variedade de setores econômicos interessados em se blindar contra impactos climáticos

Em 2022, uma indústria ganhou bastante relevância: a de previsão do tempo. Devido aos eventos climáticos cada vez mais intensos e imprevisíveis, como a seca recorde na Amazônia, tempestades no Sudeste e geadas no Sul durante o verão, diversos setores da economia se mostraram preocupados com a questão.

Os serviços de previsão do tempo, inicialmente procurados principalmente pelo agronegócio, agora incluem seguradoras, varejistas e empresas de energia entre seus clientes. Segundo as consultorias AMR e Acumen, essa indústria girou cerca de R$ 9,75 bilhões no mundo e R$ 40 milhões no Brasil em 2022, com expectativa de crescimento significativo na próxima década.

A busca por esses serviços tem sido impulsionada principalmente pelos setores de transporte e aviação, energias renováveis, seguros, agricultura e reflorestamento. Este aumento de demanda resultou na criação de novas consultorias meteorológicas, como a Nottus. Criada em 2022, a Nottus mira ocupar 30% do mercado em cinco anos. Alexandre Nascimento, sócio-diretor e meteorologista da Nottus, afirma que a compreensão dos fenômenos climáticos se tornou crucial para a economia, principalmente devido aos impactos das mudanças climáticas.

Entre a vasta gama de clientes das consultorias meteorológicas estão grandes empresas como a brasileira Mondial e a Lavoro. A Mondial, fabricante de eletroportáteis, utiliza dados meteorológicos para planejar sua produção. Já a Lavoro, maior distribuidora de insumos agrícolas da América Latina, usa as informações para planejar seus negócios e estoques, além de orientar seus clientes na gestão de suas plantações.

Patrícia Madeira, CEO da Climatempo, destaca a importância de informações climáticas precisas para promover segurança e produtividade para empresas, considerando que o Brasil é um dos países com maior incidência de raios do mundo. Destaca-se também o impacto positivo das tecnologias avançadas, como a inteligência artificial, na precisão das previsões do tempo.

Grandes empresas de tecnologia, como o Google, estão investindo no segmento. A empresa desenvolve, por meio da Deep Mind, uma nova tecnologia que promete previsões climáticas com até dez dias de antecedência. Essa previsão utiliza dados de satélites, estações meteorológicas e radares.

Empresas brasileiras também se destinam a essa área. A Nimbus Meteorologia, por exemplo, foi criada para fornecer alertas sobre chuvas fortes na cidade do Rio de Janeiro para a Defesa Civil. Posteriormente, a startup expandiu seu foco para o setor de construção civil, fornecendo dados para construtoras que realizam obras de infraestrutura.

Essa tendência demostra que a previsão do tempo saiu dos telejornais e se tornou uma ferramenta poderosa para a economia, promovendo segurança e mais oportunidades para uma gama variada de setores. Com essa atualização rápida e desastrada do clima, fica claro que as empresas estão cada vez mais conscientes de seus potenciais impactos e se empenhando para minimizar suas perdas.

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