Dando continuidade a série de demissões, o Google desligou mais 100 profissionais que atuavam na sua plataforma de vídeos, o YouTube. Essa ação se segue a uma série de cortes que já resultou na perda de diversos postos de trabalho na semana passada.
Os comunicados sobre as demissões foram enviados aos funcionários das equipes de operações e de gerenciamento de produção de conteúdo presentes no YouTube na última quarta-feira, conforme revela um e-mail ao qual o New York Times teve acesso.
Na terça-feira, cortes significativos também foram confirmados pelo Google em seu time de publicidade global. A motivação destas demissões é atribuída à aplicação cada vez mais intensa de ferramentas de inteligência artificial para aumentar a eficiência e a criatividade dos processos.
Os colaboradores que foram demitidos do YouTube têm um período de 60 dias para se readequarem em novas funções dentro da estrutura organizacional do Google, antes que as demissões se consolidem.
O YouTube, reconhecido globalmente como o serviço de vídeos mais popular, conta atualmente com uma folha de pagamento de 7.173 colaboradores, de acordo com uma fonte familiarizada com o tema.
Mary Ellen Coe, diretora de negócios do YouTube, enviou uma nota aos colaboradores da organização, na qual compartilhou a decisão de cortar algumas funções e se despedir de parte da equipe. Ela anunciou ainda que todos os colaboradores das Américas e da região da Ásia-Pacífico que sofreram ou podiam ser afetados seriam notificados até o fim do dia de quarta-feira.
As demissões, abrangendo de maneira mais expressiva os grupos de colaboradores que oferecem apoio aos criadores de conteúdo do YouTube, já haviam sido abordadas anteriormente pelo blog Tubefilter. Especialistas também confirmaram a extensão desses cortes.
Com dificuldades para se reestabelecer após um decréscimo expressivo na publicidade no último ano e enfrentando a concorrência acirrada do TikTok, o YouTube tem buscado alternativas para se manter competitivo no mercado. O TikTok, plataforma de vídeos curtos, tem se destacado principalmente entre os usuários mais jovens.
Andrea Faville, chefe de comunicações corporativas do YouTube, em uma declaração oficial, reforçou que os investimentos têm acompanhado as maiores necessidades do negócio e as oportunidades significativas que se avizinham. Ela também enfatizou que diversas equipes do Google têm se reestruturado e promovido demissões no segundo semestre de 2023, e que mudanças organizacionais continuam a acontecer globalmente, incluindo cortes de funções.
Com mais de 182.000 colaboradores no fim do mês de setembro, representando um crescimento em relação aos 119.000 que tinha em dezembro de 2019, o Google iniciou há um ano um processo de redução de sua força de trabalho, que já soma a demissão de cerca de 12.000 pessoas. A situação atual lembra o que tem ocorrido em outras empresas do Vale do Silício, que também já anunciaram reduções de vagas desde o início do ano.
O YouTube, que depende significativamente da receita proveniente dos anúncios presentes antes e durante os vídeos apresentados na plataforma, vem apresentando por alguns trimestres quedas na sua receita, embora tenha conseguido frear essa queda em junho. Com a retomada na venda de anúncios, o desempenho financeiro da plataforma ainda não cumpriu a meta inicial de crescimento.
Como estratégia de crescimento, o YouTube tem investido na venda de assinaturas do YouTube TV, alternativa ao modelo tradicional de programação a cabo. Atualmente o YouTube TV inclui a oferta do Sunday Ticket da Liga Nacional de Futebol Americano no pacote de assinaturas, que permite o acesso semanal a diversos jogos. A plataforma também já soma mais de 80 milhões de assinantes em seus serviços voltados para o streaming de música e a transmissão de vídeos sem anúncios.
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