Rogério Favreto, atualmente servindo no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, emergiu como um dos candidatos principais na corrida pela posição no STJ, destinada aos representantes da magistratura federal. Importante notar que Favreto foi membro do PT durante duas décadas antes de abandonar o partido em 2010.
O episódio mais marcante de Favreto na Operação Lava-Jato foi quando ele, durante um plantão de domingo, ordenou a soltura do então ex-presidente Lula, que estava preso depois de ser condenado no petrolão, para que ele pudesse fazer campanha em 2018.
O pedido de habeas corpus que beneficiaria Lula chegou às mãos de Favreto durante um fim de semana em que ele estava de plantão. O pedido foi feito pelos agora ministros Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e o secretário de Defesa do Consumidor Wadih Damous, todos do PT. Favreto acabou concedendo a ordem de soltura, mas a decisão não durou muito tempo. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Supremo Tribunal Federal (STF) interveio imediatamente para anular a decisão e garantir que Lula não fosse solto.
Favreto, em sua decisão, argumentou que Lula, mesmo estando inelegível pela Lei da Ficha Limpa, tinha o direito de participar de atos de pré-campanha, o que, segundo ele, 'implica, necessariamente, na liberdade de ir e vir pelo Brasil ou onde a democracia reivindicar, em respeito ao seu direito individual e, ao mesmo tempo, da sociedade de participar do debate político-eleitoral'.
Mais do que apenas ser um ex-membro do PT, Favreto ocupou postos no governo petista, atuando na Casa Civil em 2005, no Ministério do Desenvolvimento no ano seguinte, e como secretário de Reforma do Judiciário. A interceptação do STF, STJ e TRF4 manteve Lula encarcerado até o final de 2019, quando houve uma mudança na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal a respeito das prisões em segunda instância.
De acordo com vozes no Judiciário, mesmo forte, Favreto não é garantido na lista de seis nomes para serem considerados pelo STJ, a qual será posteriormente reduzida a três antes da decisão final pelo Presidente Lula. Entre os adversários de Favreto estão os desembargadores Ney Bello, Daniele Maranhão, Carlos Brandão e Rogério Fialho.
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