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Ataques contra indígenas em 2023 deixam rastro de sangue: 208 vidas perdidas e mais de mil crianças mortas

De acordo com o relatório 'Violência contra os Povos Indígenas no Brasil', do Conselho Indigenista Missionário, o descaso do poder público e a violência patrimonial também surgem como fatores prejudiciais aos povos nativos.

O relatório 'Violência contra os Povos Indígenas do Brasil', divulgado nesta segunda-feira pelo Conselho Indigenista Missionário, revela dados alarmantes: 208 indígenas foram mortos em todo o Brasil em 2023, um aumento de 15% em comparação ao ano de 2022, que registrou 180 mortes.

No entanto, além dos assassinatos diretos, o relatório destaca a negligência governamental e a violência patrimonial como formas graves de agressão contra essas populações. Nesse sentido, o número de mortes evitáveis em crianças indígenas menores de 4 anos atingiu o perturbador total de 1.040 em 2023 - a maioria dessas mortes foi causada por problemas de saúde, como gripe, pneumonia, diarreia, infecção intestinal e desnutrição.

Além da violência física, também foram registrados 1.276 atos de violência patrimonial. Dos casos registrados, 850 são relacionados à omissão no processo de demarcação de terras, quando os fazendeiros começam a reivindicar o território, em muitos casos, atacando e destruindo as comunidades indígenas. Outros 276 incidentes estão relacionados com a invasões para atividades extrativas, como garimpo.

Ainda que o Governo Lula tenha buscado melhorar a situação através da retomada das fiscalizações do Ibama e da Funai, os esforços ainda não foram suficientes. Segundo o Cimi, '2023 foi marcado por ataques a direitos e poucos avanços na demarcação de terras'.

Os conflitos estão aumentando, especialmente em terras indígenas localizadas na Bahia, Mato Grosso do Sul e Paraná, e são intensificados pela falta de demarcações. Projetos de infraestrutura, como a exploração de petróleo na foz do rio Amazonas e a Ferrogrão, também são prejudiciais aos povos indígenas.

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