O Ministério Público Federal (MPF) decidiu inaugurar um inquérito para analisar o incidente envolvendo agressões de ruralistas a indígenas da etnia guarani e kaiowá no Mato Grosso do Sul, ocorrido no sábado, dia 3 de agosto de 2024.
Uma equipe do MPF esteve na comunidade Panambi Lagoa Rica com o objetivo de levantar dados sobre o incidente. Durante a visita, os agentes conversaram com indígenas e fazendeiros, além de realizar uma investigação na região, na qual coletaram projéteis e balas de borracha.
Em declaração, o MPF reportou a existência de 'relatos conflitantes' a respeito do ataque. 'Os indígenas dizem ter sido incitados pelos fazendeiros, enquanto estes alegam que os indígenas invadiram a área além daquela previamente determinada', informou o MPF.
Segundo o MPF, a situação está 'sob controle'. Eles esperam uma intervenção do Governo Federal referente à demarcação de terras na região, visando uma 'solução pacífica e definitiva' do conflito.
O Ministério dos Povos Indígenas recebeu notificações no sábado (3.ago) sobre o ataque de ruralistas contra a comunidade guarani e kaiowá em Douradina, MS, envolvendo munição letal e balas de borracha. Oito pessoas vieram a ser feridas, sendo uma gravemente.
O incidente ocorreu no momento da retirada da Força Nacional. Segundo o Ministério da Justiça, a equipe foi alocada para patrulhar outra região.
A área do incidente, Panambi Lagoa Rica, foi demarcada pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) em 2011. O episódio aconteceu dias antes da audiência do Supremo Tribunal Federal (STF) programada para discutir o tema da marca temporal para demarcação de terras indígenas, que será nesta segunda-feira, 5 de agosto.
Em 2023, primeiro ano do terceiro mandato do presidente Lula, ocorreram 1.231 mortes de indígenas devido à negligência do poder público, um aumento de 20% em comparação à 1.026 mortes de 2022.
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