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Cida Gonçalves focada em combate ao feminicídio: ‘Não estou aqui para definir o que é ser mulher’

Ministra aborda o caso da boxeadora argelina vítima de fake news propagadas por bolsonaristas

Durante encontro com jornalistas, Cida Gonçalves, ministra das Mulheres, abordou a recente polêmica envolvendo a boxeadora argelina Imane Khelif, que foi alvo de notícias falsas disseminadas por radicais de direita, alegando que ela é transexual. A ministra ressaltou a violência desse procedimento, afirmando que existe uma vigilância excessiva sobre os corpos das mulheres. Para Cida, o ocorrido com a atleta foi discriminatório e violento, destacando que as mulheres têm direito de ser como desejarem. A ministra enfatizou a racialidade do ataque, questionando se a mesma situação ocorreria se a atleta fosse branca e europeia.

Cida comentou sobre as constantes cobranças dos bolsonaristas para que defina 'o que é uma mulher', como ocorreu em uma audiência na Comissão de Educação, convocada pelo deputado Nikolas Ferreira, conhecido pela transfobia. No entanto, a ministra sustentou que o ministério tem questões mais urgentes para lidar, tais como o combate ao feminicídio, já que são registradas cerca de 6 mortes de mulheres por dia no país e uma mulher é vítima de violência sexual a cada 4 minutos. Ela deixou claro que sua prioridade não é definir o que é ser mulher, mas sim implementar políticas efetivas para todas as mulheres, independentemente de suas identidades.

Gonçalves também falou sobre a comentário equivocado do presidente Lula ao associar o Corinthians com um levantamento que aponta o aumento da violência doméstica após partidas de futebol. Ela deixou claro que piadas sobre o tema são inaceitáveis, independente de quem as faça. A ministra afirmou que vai conversar com o presidente sobre o assunto, para garantir que a questão seja tratava com a seriedade que merece.

O Ministério das Mulheres anunciou recentemente a campanha 'Feminicídio Zero', que engloba uma série de ações ligadas a empresas, igrejas, entidades da sociedade civil e times de futebol, buscando a união de todos no combate à violência sexual e doméstica contra meninas e mulheres. Cida ressaltou a necessidade de ações permanentes e de educação desde a base para combater o machismo na sociedade.

Questionada sobre o recente contingenciamento de verbas que afetou seu ministério, a ministra se mostrou otimista, acreditando que a situação será resolvida e reforçando a necessidade de mais recursos para a pasta.

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