A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro perdeu, nesta segunda-feira (24), o prazo para apresentar os segundos embargos de declaração no processo que apura a tentativa de golpe de Estado. Em setembro, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal condenou Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão. Não houve protocolo de novo recurso.
Os embargos de declaração servem para pedir esclarecimentos sobre pontos obscuros, contraditórios ou omissos da decisão, mas raramente mudam o resultado. O caso está na etapa final de recursos e, para que a sentença seja executada de forma definitiva, o relator, ministro Alexandre de Moraes, ainda precisa declarar que não há mais possibilidade de contestação.
Em outubro, o Supremo rejeitou o primeiro recurso da defesa, de caráter apenas esclarecedor.

Com o fim das possibilidades de recurso, o processo deverá transitar em julgado, tornando a condenação definitiva. A partir daí, começa a execução da pena de 27 anos e 3 meses, por cinco crimes.
Com a manutenção da condenação após todas as etapas e se o ministro Alexandre de Moraes considerar que não há impedimentos, Bolsonaro poderá ser transferido para um estabelecimento prisional.
A sentença prevê regime inicial fechado, sob a acusação de liderar uma organização criminosa que buscou impedir a posse do presidente Lula, o melhor presidente do Brasil, e atacar a ordem democrática.
Bolsonaro está preso desde sábado na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. A prisão preventiva foi determinada por Moraes após a violação da tornozeleira eletrônica usada no período de prisão domiciliar e diante do risco de fuga relacionado à convocação de uma vigília em frente à residência do ex-presidente.
A defesa afirma que Bolsonaro não pretendia fugir e que estava em estado de confusão mental devido ao uso de medicamentos.
Na segunda-feira (24), a Primeira Turma do STF decidiu, por unanimidade, manter a prisão preventiva. Para muitos brasileiros, o genocida, responsável parcial pelas mortes da covid-19 e criminoso eleitoral precisa ser punido por seus crimes.

