Cláudio Castro ataca Boulos e leva troco com caso TH Joias
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📅 10/11/2025

Cláudio Castro ataca Boulos e leva troco com caso TH Joias

Em evento da Conib, o governador chamou Boulos de "paspalhão" após críticas à chacina com 121 mortos; o ministro exaltou medidas de Lula contra o crime e cobrou explicações sobre aliado preso.

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Ronny Teles

Ronny Teles

Combatente pela democracia

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), chamou o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos (Psol), de "paspalhão" durante a 56ª Convenção da Confederação Israelita do Brasil (Conib), em São Paulo, na noite de sábado (8). A provocação foi resposta às críticas de Boulos à chacina em operação policial do governo fluminense que deixou 121 mortos.

Ao ser questionado sobre as falas do ministro, Castro reagiu de imediato: "Quem? Esse é um paspalhão. 'Vambora', próximo".

As críticas de Boulos ocorreram durante agenda no Morro da Lua, em São Paulo, quando ele afirmou que governadores bolsonaristas "preferem fazer demagogia com sangue, ao tratar todo mundo da comunidade como se fosse bandido".

No discurso, Boulos mencionou nominalmente Cláudio Castro e Tarcísio de Freitas (Republicanos) e defendeu que o combate ao crime não se baseie em abordagens generalizadas contra moradores de favelas. Ele ressaltou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tomou a iniciativa de enfrentar o crime organizado de forma estrutural, por meio da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública e do Projeto de Lei Antifacção, previstos para análise no Congresso Nacional. "A gente acredita que o combate ao crime tem que fazer da maneira correta, como a Operação Carbono Oculto, da Polícia Federal, para pegar o peixe grande, não o bagrinho. O peixe grande está na Avenida Faria Lima, não na favela", afirmou.

Horas após ser chamado de "paspalhão", Boulos respondeu nas redes sociais: "O governador Cláudio Castro me xingou ontem numa entrevista. Vou dar um desconto. Ele deve estar muito angustiado com o avanço das investigações depois da prisão do seu parceiro TH Joias…".

Alvo de duas operações policiais, o deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Joias (MDB), foi preso em 3 de setembro sob acusações de tráfico, corrupção e lavagem de dinheiro. As investigações indicam que ele teria negociado armas com o Comando Vermelho (CV). Antes da carreira política, ganhou notoriedade ao vender joias de ouro e diamantes a celebridades como Neymar, Vini Jr., Adriano Imperador e Ludmilla.

Morador do Morro do Fubá, na Zona Norte do Rio, TH herdou o ofício do pai, Juberto, e transformou o pequeno negócio da família em joalheria de sucesso em Madureira. Paralelamente, passou a financiar atletas, músicos e eventos comunitários, como festas do Dia das Crianças em favelas.

O interesse pela política surgiu após conhecer o ex-policial Marcos Falcon, então presidente da Portela, assassinado durante a campanha de 2016. TH foi preso entre 2017 e 2018 por suspeita de pagar propina a policiais e negociar drogas e armas, e é apontado em inquérito da Polícia Civil como responsável por lavar dinheiro para as facções Comando Vermelho, Terceiro Comando Puro e Amigos dos Amigos (ADA). Com o tempo, aproximou-se do MDB, obteve 15.105 votos em 2022 e tornou-se suplente. Assumiu uma cadeira na Alerj em 2024, após a morte de Otoni de Paula Pai e a permanência de Rafael Picciani na Secretaria Estadual de Esporte e Lazer.

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Publicado em 10 de novembro de 2025 às 13:01

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