O Ministério da Saúde informou que a vacina totalmente nacional contra a dengue, desenvolvida pelo Instituto Butantan, deve receber aprovação da Anvisa até dezembro. A expectativa é incorporá-la ao Programa Nacional de Imunizações em 2026, num avanço inédito para a produção científica e tecnológica do país.
Durante o lançamento da nova campanha de prevenção a dengue, zika e chikungunya, o ministro Alexandre Padilha disse que a agência está finalizando as análises de eficácia e segurança do imunizante, indicado para pessoas de 2 a 59 anos. Após o registro, o Comitê Técnico do PNI definirá a faixa etária prioritária e a estratégia de distribuição.
O governo prevê a entrega de 40 milhões de doses em 2026. A produção em larga escala será feita pela farmacêutica chinesa WuXi Biologics, em parceria com o Instituto Butantan, consolidando o Brasil entre os poucos países com capacidade de produzir vacinas de forma autônoma.
Padilha destacou ainda a redução de 75% nos casos de dengue em 2025, na comparação com o ano anterior. Mesmo assim, 30% dos 3,2 mil municípios analisados estão em alerta para o próximo verão. São Paulo, Minas Gerais e Paraná concentraram quase 80% das mortes por dengue neste ano.
Para 2026, foram reservados R$ 184 milhões para ações de controle do Aedes aegypti, com novas tecnologias de monitoramento e combate vetorial. A Força Nacional do SUS seguirá apoiando prefeituras na organização do atendimento emergencial e na resposta rápida a surtos locais.
A Organização Pan-Americana da Saúde avalia que a dengue continua entre os maiores desafios de saúde pública nas Américas. Em 2024, a região registrou mais de 13 milhões de casos e 8 mil mortes, impulsionados por aquecimento global, crescimento urbano desordenado e eventos climáticos extremos.
Além da vacina brasileira, o Ministério da Saúde amplia o uso de controle biológico, como mosquitos geneticamente modificados e o método Wolbachia, que reduz a capacidade de transmissão do vírus. A combinação das estratégias fortalece a vigilância e prepara o país para novos ciclos epidêmicos.
Com a futura vacina nacional e a ampliação das medidas preventivas, o governo Lula busca reduzir a dependência de importações, fortalecer o SUS e garantir uma resposta mais rápida e eficiente contra as arboviroses no Brasil.
