Derrite exalta Tarcísio e Bolsonaro e foge das perguntas após PL Antifacção
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📅 19/11/2025

Derrite exalta Tarcísio e Bolsonaro e foge das perguntas após PL Antifacção

Após a aprovação do PL Antifacção, Guilherme Derrite anunciou coletiva, não respondeu a perguntas e usou o palco para elogiar Tarcísio de Freitas e Jair Bolsonaro; no governo Lula, a escolha do relator foi vista como politização do projeto.

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Ronny Teles

Ronny Teles

Combatente pela democracia

Depois da votação do PL Antifacção, o deputado Guilherme Derrite (PP-SP) fez um pronunciamento emotivo, com elogios ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele anunciou que daria uma coletiva, mas não respondeu a nenhuma pergunta dos jornalistas presentes.

O secretário de Segurança Pública licenciado de São Paulo leu um discurso de várias páginas, criticou o governo, enalteceu o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e exaltou seu chefe no estado.

"Eu preciso agradecer ao governador Tarcísio. Foi ele quem me deu a oportunidade de me licenciar da Secretaria de Segurança Pública do estado de São Paulo para assumir aquilo que o povo paulista me entregou, o meu mandato parlamentar e continuar lutando contra o crime organizado também aqui no parlamento. E aqui uma ressalva especial, agradeço muito a oportunidade de poder trabalhar ao longo desses três anos, com um gestor idealista, competente, inteligente, da qualidade do governador Tarcísio de Freitas", declarou.

Ele também disse que, se hoje é secretário, é porque Tarcísio de Freitas lhe confiou essa missão e porque o presidente Jair Messias Bolsonaro "confiou a missão do Ministério da Infraestrutura a um jovem técnico e preparado".

Derrite defendeu seu relatório e afirmou que não foi procurado por integrantes do governo ao longo das negociações. Ainda assim, ele se reuniu na semana passada com o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Manoel Carlos – que foi à Câmara expor preocupações da pasta com o texto. Havia também pedido de reunião da ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e o relator – recusado por Derrite.

Líderes partidários na Câmara viram no apoio de Tarcísio a Derrite para a relatoria uma tentativa de cacifá-lo para eventual sucessão ao Palácio dos Bandeirantes, caso o governador paulista opte por um projeto nacional no ano que vem.

A escolha desagradou ao governo – que enxergou politização do projeto e tentativa de "sequestro de autoria" por parte do grupo do principal nome apontado para se opor ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas no ano que vem.

Hugo Motta afirmou que, no debate do projeto, não houve heróis e vilões. "Os lados políticos podem até fazer valer suas narrativas, mas nunca podemos esquecer que o verdadeiro vilão é o crime organizado", disse. Ele reforçou que "a função do parlamento não é carimbar um projeto e passar adiante".

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Publicado em 19 de novembro de 2025 às 13:08

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