EUA faltam à COP30 e Lula exige ação contra negacionismo
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📅 11/11/2025

EUA faltam à COP30 e Lula exige ação contra negacionismo

Na abertura da COP30 em Belém, Lula cobrou metas climáticas mais ambiciosas, criticou a ausência dos EUA e disse ser hora de impor "nova derrota" aos negacionistas.

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Ronny Teles

Ronny Teles

Combatente pela democracia

Com o espaço reservado à delegação dos Estados Unidos vazio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu a COP30 em Belém defendendo respostas rápidas à crise climática e afirmando que é hora de impor uma "nova derrota" aos negacionistas.

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"Na era da desinformação, em que se rejeitam a ciência e progressos do multilateralismo, em que se atacam instituições, ciências e universidades, é momento de impor nova derrota aos negacionistas", disse o mandatário.

As declarações ocorreram nesta segunda-feira (10), na abertura da 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que vai até o dia 21. Enquanto Lula discursou por cerca de 15 minutos, a mesa destinada aos EUA permaneceu vazia. O país não compareceu à Cúpula de Líderes na semana passada, nem ontem.

Sobre a ausência de potências e o custo de inações, Lula afirmou que, se os homens que fazem guerra estivessem na COP, veriam que é mais barato "colocar US$ 1,3 trilhão para a gente acabar com um problema do que colocar US$ 2,7 trilhões para fazer guerra como fizeram ano passado".

O presidente apelou para que os países apresentem e implementem Contribuições Nacionalmente Determinadas mais ambiciosas, garantam financiamento, transferência de tecnologia e capacitação aos países em desenvolvimento e reforcem a adaptação aos impactos do clima.

Na avaliação de Lula, o mundo está no rumo certo, "mas na velocidade errada". "No ritmo atual, ainda avançamos rumo a um aumento superior a um 1,5 grau na temperatura global. Romper essa barreira é um risco que não podemos correr", afirmou.

Ele destacou os 10 anos do Acordo de Paris em 2025 e disse que, sem o tratado, "o mundo estaria fadado a um aquecimento catastrófico de quase 5 graus até o fim do século". No começo deste ano, os Estados Unidos anunciaram a saída do acordo.

Lula alertou que a mudança do clima já é uma tragédia do presente, citando o tornado que devastou Rio Bonito do Iguaçu, no interior do Paraná, e deixou vítimas. No fim de semana, ele havia lamentado o ocorrido e pedido providências do governo federal para apoiar a reconstrução.

O presidente voltou a cobrar o fim do uso de combustíveis fósseis, mesmo após o Ibama ter concedido licença à Petrobras para perfurar um poço na foz do Amazonas, no Amapá, na Margem Equatorial.

"Precisamos de mapas do caminho para que a humanidade, de forma justa e planejada, supere a dependência dos combustíveis fósseis, pare e reverta o desmatamento e mobilize recursos para esses fins", disse. Segundo ele, o aquecimento global pode empurrar milhões à fome e à pobreza. "A emergência climática é uma crise de desigualdade. Ela expõe e exacerba o que já é inaceitável".

De olho nas negociações, Lula afirmou que, nas próximas duas semanas, Belém será a "capital do mundo". "Negociadores, governadores, prefeitos, parlamentares, cientistas e organizações da sociedade civil farão parte desse grande esforço coletivo em prol do planeta", afirmou.

Ele defendeu a realização da cúpula em Belém, classificando a preparação como árdua, porém "necessária", apesar de críticas sobre a infraestrutura da cidade para um evento desse porte.

"A Amazônia não é uma entidade abstrata. Quem só vê a floresta de cima desconhece o que se passa à sua sombra", disse. "Desafios que o Brasil luta para superar com a mesma determinação com que contornou as adversidades logísticas inerentes à organização de uma conferência deste porte."

Lula admitiu que seria mais fácil realizar o evento em uma cidade "que estivesse pronta", mas disse que o governo aceitou o desafio para provar que "quando se tem disposição política e compromisso com a verdade, não tem nada que seja impossível". "O impossível é a gente não ter coragem de enfrentar desafios", concluiu.

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Publicado em 11 de novembro de 2025 às 11:13

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