Haddad mira US$ 10 bi para proteger florestas até o próximo ano
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📅 05/11/2025

Haddad mira US$ 10 bi para proteger florestas até o próximo ano

Plano do governo Lula busca captar recursos públicos para o Fundo Tropical das Florestas durante a presidência brasileira da COP; objetivo final é atingir US$ 125 bi com apoio privado.

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Ronny Teles

Ronny Teles

Combatente pela democracia

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou em São Paulo, na segunda (3), que o Brasil estabeleceu meta de captar US$ 10 bilhões em recursos públicos de países para o Fundo Tropical das Florestas (TFF), mecanismo voltado à proteção de florestas que recompensa financeiramente nações que preservam suas áreas tropicais.

Segundo Haddad, a meta deve ser alcançada até o final do próximo ano, ainda durante a presidência do Brasil na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Ele explicou que o valor se refere a aportes de governos, com potencial de crescimento a partir da adesão de fundações, fundos e empresas.

"Se a gente terminar o primeiro ano com US$ 10 bilhões de recursos públicos, seria um grande feito", disse o ministro a jornalistas após participar do COP30 Business & Finance Forum, promovido pela Bloomberg Philanthropies, na capital paulista.

"E para chegar a US$ 10 bilhões, bastaria que alguns países do G20 aderissem para a gente começar a remunerar os países que mantém florestas tropicais, sobretudo os que estão endividados, porque eles não têm recursos para manter as suas florestas. E o TFF viria em suporte dessa iniciativa".

Haddad admitiu que a proposta é "ambiciosa", mas, segundo ele, possível. "Eu acredito que nós vamos chegar lá", afirmou.

O ministro disse estar otimista com a aprovação. "Acredito que, das ideias originais que surgiram nos últimos anos, o TFF é o que está mais pronto para dar mais certo. Tem uma outra que é muito grande, que é a coalizão do mercado de carbono, mas que vai exigir muita engenharia para sair do papel".

O objetivo final do governo é que o fundo reúna US$ 125 bilhões, sendo 20% (US$ 25 bilhões) provenientes de países soberanos e 80% (US$ 100 bilhões) de capital privado.

Em entrevista, Haddad avaliou que a primeira rodada de negociações em São Paulo, com investidores e financiadores, trouxe "sinais concretos de que algumas ideias podem começar a sair do papel". "Pelo que eu ouvi hoje dos investidores e dos financiadores, há uma disposição maior para colocar esse trem para andar mais rápido. Então, eu acredito que nós vamos ter uma grande COP", disse. "Já temos alguns países sinalizando anúncios durante a COP", acrescentou.

Para o ministro, o Brasil vem liderando um debate importante no mundo sobre sustentabilidade, sob a coordenação do governo federal.

"Não só na COP, mas no G20 nós viemos liderando o debate sobre sustentabilidade, tanto é verdade que, pela primeira vez, nós temos um clube de ministros de finanças participando da COP e entregando um relatório para a COP. Isso já é fruto do trabalho que foi feito no G20", afirmou. "O Brasil quis fazer dessa COP uma COP pragmática e propositiva".

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Publicado em 5 de novembro de 2025 às 11:23

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