Lula acelera ofensiva climática e pressiona por US$ 1,3 tri anuais
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📅 06/11/2025

Lula acelera ofensiva climática e pressiona por US$ 1,3 tri anuais

Em Belém, o presidente lidera plenária, bilaterais e mesa sobre florestas e oceanos com William, Macron e Keir Starmer, enquanto o Roteiro de Baku a Belém mira US$ 1,3 trilhão por ano até 2035.

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Ronny Teles

Ronny Teles

Combatente pela democracia

Lula recebe chefes de Estado e de governo nesta quinta-feira, em Belém (PA), em encontro preparatório para a COP30.

O evento reúne países florestais tropicais e nações parceiras. Ao longo do dia, o presidente participa de reuniões bilaterais, discursos em plenária e preside uma mesa temática sobre florestas e oceanos.

A agenda oficial começa às 8h30, com a recepção dos chefes de delegação no Parque da Cidade.

Às 10h30, Lula abre a sessão plenária, onde os líderes apresentam propostas para combater as mudanças climáticas e financiar a transição verde.

Ao meio-dia, o presidente tem reunião bilateral com o príncipe de Gales, William, e com o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, para tratar de cooperação climática e investimentos verdes.

Às 13h, Lula oferece um almoço aos chefes de Estado e de governo dos países integrantes do Fundo de Florestas Tropicais para Sempre (TFFF).

Às 15h, ele se reúne com o presidente da França, Emmanuel Macron, para discutir projetos conjuntos de preservação florestal e financiamento internacional para o Fundo Amazônia.

A Mesa Redonda de Líderes reúne representantes de países da Amazônia, da África e do Sudeste Asiático, além de nações doadoras que apoiam o fundo.

Às 16h, Lula preside a primeira sessão temática da Mesa Redonda de Líderes, com o tema "Clima e Natureza: Florestas e Oceanos", dedicada a mecanismos de proteção, financiamento climático e cooperação internacional.

A programação encerra às 18h15, com a foto oficial, seguida de um coquetel às 18h30 oferecido por Lula e pela primeira-dama, Janja Lula da Silva.

As presidências da COP29 (Azerbaijão) e da COP30 (Brasil) apresentaram o Roteiro de Baku a Belém, que pretende mobilizar ao menos US$ 1,3 trilhão por ano até 2035 para ações contra a crise climática, com foco nos países em desenvolvimento.

O documento propõe novas formas de arrecadar recursos, como taxas sobre aviação, bens de luxo e grandes fortunas, além de reformas no sistema financeiro global para liberar crédito e aliviar dívidas.

O texto não tem força de tratado internacional, mas funciona como guia político e técnico para transformar promessas em dinheiro real.

A ideia é criar um consenso mínimo para ampliar e dar previsibilidade aos investimentos em adaptação, mitigação e transição energética.

Taxação de atividades poluentes e de luxo: cooperação internacional para criar ou ampliar impostos sobre setores altamente emissores, produtos de luxo e transações financeiras, com estudo de contribuições voluntárias de indivíduos de altíssima renda.

Taxas sobre aviação e transporte marítimo: arrecadação potencial estimada entre US$ 4 e US$ 223 bilhões por ano, conforme o nível de cobrança.

Imposto sobre transações financeiras: aplicado a mercados de ações, títulos e derivativos, com potencial de gerar entre US$ 105 e US$ 327 bilhões anuais.

Taxas sobre grandes fortunas e multinacionais: inclui um imposto mínimo corporativo global (US$ 165 a US$ 540 bilhões por ano) e tributos progressivos sobre riqueza pessoal (US$ 200 bilhões a US$ 1,3 trilhão por ano).

Reemissão e redirecionamento de Direitos Especiais de Saque (SDRs): ampliação das emissões do FMI e canalização de até US$ 500 bilhões anuais para países mais vulneráveis.

Triplicar desembolsos dos fundos multilaterais de clima até 2030: elevar saídas anuais, alcançando US$ 300 bilhões, com reformas de acesso e governança.

Revisão das políticas dos bancos multilaterais de desenvolvimento: aplicar a Capital Adequacy Framework para liberar até US$ 390 bilhões adicionais em capacidade de empréstimo até 2030.

Trocas de dívida por natureza e cláusulas climáticas: ampliar mecanismos de debt-for-climate e criar cláusulas de suspensão automática de pagamento em caso de desastres.

Fundos para "transição justa": criação de janelas dedicadas para trabalhadores, mulheres e povos indígenas, garantindo que a transição energética reduza desigualdades e gere empregos sustentáveis.

Tributação e cotas em mercados de carbono: defender maior transparência e convergência entre sistemas de precificação de carbono, com parte da arrecadação destinada a fundos internacionais.

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Publicado em 6 de novembro de 2025 às 11:49

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