Ostras e ovas turbinam a saúde, mas exigem cuidado no consumo
Notícias
📅 09/11/2025

Ostras e ovas turbinam a saúde, mas exigem cuidado no consumo

Ricas em ômega 3, vitamina B12, zinco e proteínas, ostras e ovas oferecem benefícios ao coração, cérebro e imunidade; especialistas alertam para perecibilidade, risco de contaminação e excesso de sódio nas versões salgadas.

Carregando anúncio...
Compartilhar:
Ronny Teles

Ronny Teles

Combatente pela democracia

As ovas de peixe são os óvulos maduros, não fertilizados, de peixes fêmeas. Com sabor intenso, o caviar — a ova mais famosa e cara da alta gastronomia — é feito com ovas de esturjão do Mar Cáspio e sal. Por isso, Rússia e Irã são os principais produtores.

Além do caviar, há ovas salgadas amplamente usadas, como as de salmão, peixe-voador, bacalhau e capelim. Em comum, são ricas em nutrientes, sobretudo vitamina B12 e ômega 3.

— Do ponto de vista nutricional, é um produto que tem uma boa quantidade de proteína, de gordura insaturada ou poliinsaturada, incluindo ômega 3, que são gorduras boas. Também tem pouco carboidrato, é rico em vitaminas do complexo B, em especial da vitamina B12, que tem importância principalmente para o sistema nervoso — explica a nutricionista Priscilla Primi, colunista do GLOBO.

As ovas concentram DHA e EPA, formas de ômega 3 com ação anti-inflamatória e neuroprotetora. Estudos indicam que seu consumo eleva os níveis de ômega 3 no sangue, associado a melhor saúde cerebral, redução de triglicerídeos e menor risco de arritmias.

Elas também oferecem colina, essencial ao desenvolvimento cerebral, selênio com ação antioxidante e cerca de 25 g de proteína completa a cada 100 g.

— O selênio é um mineral importante no sistema imunológico e para a função reprodutiva — pontua Primi. — Esse alimento também é rico em magnésio, que é importante para controlar o funcionamento de enzimas que ajudam na produção e transferência de energia e vários outros processos vitais.

As ostras, por sua vez, são muito valorizadas no Brasil. Têm textura peculiar e sabor salgado com notas de peixe fresco, podendo ser servidas cruas com limão, gratinadas, no vapor, fritas, grelhadas ou empanadas.

No país, destacam-se os cultivos em Santa Catarina, Paraná e São Paulo, com liderança catarinense em volume e preferência.

As ostras pertencem ao grupo dos moluscos bivalves, o mesmo de mexilhões, mariscos, berbigões, vieiras e lambretas.

Elas estão entre os alimentos mais densos em nutrientes, atrás apenas de peixes pequenos como sardinhas e anchovas. Têm baixo teor de gordura e boa proteína: 100 g rendem cerca de 10,5 g a 15 g de proteína (dependendo do preparo) e em torno de 70 calorias.

As ostras também são uma das maiores fontes de zinco na dieta. Uma porção de seis unidades médias pode ultrapassar 500% da recomendação diária, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O mineral é crucial para imunidade, cicatrização, saúde da pele e regulação hormonal.

Assim como as ovas, ostras fornecem ômega 3 e muita vitamina B12, além de ferro, cobre e selênio. Há evidências de que o consumo regular de ômega 3 está associado à redução do risco de doenças cardíacas.

Sobre o suposto efeito afrodisíaco das ostras, não há respaldo científico.

No entanto, zinco e selênio — presentes nas ostras — são importantes para a saúde sexual.

Graças ao alto teor de proteína de qualidade, ostras e ovas ajudam na saciedade e na manutenção da massa muscular, com aminoácidos essenciais para o bom funcionamento do corpo.

O ômega 3 contribui para a proteção cardiovascular. Já a vitamina B12 é necessária ao cérebro, nervos e células sanguíneas; sua deficiência pode causar fadiga, alterações neurológicas e anemia.

— A ostra é um produto fresco, que tem que ser comido fresco — afirma Primi.

Ostras e outros frutos do mar são altamente perecíveis. O ideal é consumi-los no litoral ou em cidades próximas e escolher locais com armazenamento e manipulação adequados.

Uma dica é observar se o líquido da ostra está límpido e com cheiro de mar — deve estar "cheio de mar". Ostra não deve ter odor forte; se tiver, não consuma. Versões cozidas reduzem significativamente o risco de contaminação.

No caso do caviar e de outras ovas, a conservação em sal e a industrialização diminuem o risco de contaminação. Em contrapartida, podem ter muito sódio, o que exige atenção de pessoas com hipertensão.

10visualizações
Compartilhar:
Carregando anúncio...

Publicado em 9 de novembro de 2025 às 13:16

Notícias Relacionadas

Nenhuma notícia encontrada.