A guerra na extrema direita de Santa Catarina segue sem trégua. Com dois nomes locais já postos para a disputa ao Senado em 2026, a imposição de Carlos Bolsonaro (PL) como candidato por decisão do pai, Jair Bolsonaro (PL), descrito como prestes a ser preso, provocou rejeição entre bolsonaristas que temem prejuízo a figuras do estado como a deputada federal Carol De Toni (PL) e o senador Espiridião Amin (PP).
Em meio à gritaria nas redes, defensores do "02" dizem que ele seria o "cérebro" do bolsonarismo. Foi nesse clima que surgiu uma publicação incendiária de um antigo aliado de peso do grupo, o ex-deputado Julian Lemos, ampliando o racha.
Julian Lemos foi coordenador da campanha de Jair Bolsonaro no Nordeste em 2018, mobilizando apoiadores e articulando alianças. Elegeu-se deputado federal com 71.899 votos na onda bolsonarista, aproximou-se do então candidato em 2015 e indicou nomes como Gustavo Bebianno para a transição. Integrante da equipe de governo, rompeu ainda em 2018/2019 ao denunciar interferência familiar, traição a aliados nas disputas internas do PSL e desvio do discurso anticorrupção, passando a ser rotulado como traidor pelo clã Bolsonaro.
"Hoje irei postar fotos, nomes e provar que o debiloide do Carluxa foi um nada, não foi mente brilhante alguma, não tinha como ser, pois vivia dentro de casa como um bixinho (sic) assustado debaixo de cama, só saiu quando o jogo já estava ganho. A especialidade dele chama-se Rivotril", postou Julian.
A investida teve grande repercussão e expôs a divisão entre quem rejeita a candidatura de um forasteiro em Santa Catarina e quem tenta sustentar a tese de que Carlos Bolsonaro é estrategista do grupo. O episódio reforça a disputa interna do bolsonarismo pela vaga ao Senado no estado.
