A pré-candidatura de Carlos Bolsonaro, hoje vereador pelo Rio, ao Senado por Santa Catarina provocou turbulência no PL do estado e ganhou repercussão nacional após a deputada estadual Ana Campagnolo (PL-SC) criticar publicamente os termos dessa disputa.
Preocupado com os impactos da briga entre Carlos Bolsonaro, Carol de Toni e Ana Campagnolo nas eleições de 2026 e no campo conservador, o ex-assessor de Jair Bolsonaro, Fábio Wajngarten, decidiu se manifestar.
"Leio com atenção e preocupação as várias notícias sobre SC. A matéria-prima da eleição é o voto. Carlos e Caroline os têm de sobra. O governador Jorginho está tranquilamente reeleito em condições normais até o próximo ano. Por que tanto tumulto?", questiona Wajngarten.
Na sequência, ele indicou que os insatisfeitos deveriam buscar alternativas se não aceitarem a composição desejada pela cúpula do partido em Santa Catarina.
"Outros nomes com menos potencial eleitoreiro ou se adequam à realidade ou procurem outros caminhos. Outros nomes deveriam compor com o governador para as vagas de vice-governador, suplentes, deputados etc. Nada na vida dura para sempre."
Wajngarten também saiu em defesa de Carlos Bolsonaro e de Carol de Toni, reforçando o alinhamento à direita e cobrando deferência ao ex-presidente.
"Carlos e Caroline merecem ilimitadamente a confiança do eleitor de SC, porque ambos retratam o que a direita representa e busca. Nenhum acordo político, composições desnecessárias devem se sobrepor ao potencial eleitoral. Caras de paisagem não devem existir nesse momento. O presidente merece referido respeito e deferência."
O racha no PL catarinense se aprofunda com a pré-candidatura de Carlos Bolsonaro, que passou a ser o centro da crise.
Segundo Ana Campagnolo, havia um acordo dentro do partido para a chapa ao Senado em Santa Catarina ser formada pela deputada federal Carol de Toni e pelo senador Espiridião Amin (PP-SC). Com a entrada de Carlos, De Toni teria perdido a vaga, embora siga afirmando que mantém a pré-candidatura.
O clima azedou nesta segunda-feira (3), quando Campagnolo concedeu entrevista com críticas duras aos termos da pré-candidatura de Carlos e saiu em defesa de Carol de Toni.
"A chegada do Carlos [Bolsonaro] desestabilizou o projeto da direita de Santa Catarina. Agora a Carol [De Toni] está negociando com o presidente do Partido Novo [...] ela vai ter que sair do PL. A nossa maior deputada federal, fez 200 mil votos [...] uma mulher que tem 530 vereadores com ela, 150 prefeitos, e ela vai ter que sair do partido"
Após tomar conhecimento das declarações, Carlos Bolsonaro respondeu no X e evocou o apoio do pai para referendar sua movimentação.
"Como conversamos desde o início e temos repetido de forma quase que diária, e é de conhecimento de todos, os pré-candidatos de Jair Bolsonaro ao Senado Federal são Carol e Carlos Bolsonaro. Um abraço a todos!"
O impasse expõe fissuras no bolsonarismo em Santa Catarina, com disputa aberta por espaço e recados a quem não se alinhar às decisões do clã, enquanto a sigla tenta evitar danos eleitorais em 2026.
