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Primeira ação do Governo Milei contra protestos na Argentina resulta na expulsão de indígenas de praça pública

A operação aconteceu em Buenos Aires dois dias após o anúncio de um novo protocolo de segurança pelo governo, que proíbe o bloqueio de vias públicas em protestos. O movimento acontece logo após o anúncio de ajuste fiscal pelo governo.

A apenas dois dias do anúncio de novas restrições a protestos pelo governo do presidente Javier Milei, a polícia da cidade de Buenos Aires já colocou em prática as novas medidas. A primeira ação focou na remoção de indígenas do movimento Tercer Malon de La Paz, que estavam acampando por quatro meses na Praça Lavalle. O protesto era contra a reforma constitucional da província de Jujuy.

O despejo aconteceu precisamente no mesmo dia em que indígenas declararam que retornariam para o seu respectivo território. A decisão surgiu após a divulgação de um relatório que comprovava violações de direitos humanos nos protestos ocorridos em Jujuy.

A resposta do público e dos opositores ao novo presidente variou bastante. Enquanto seguidores de Milei comemoram a ação rápida, críticos condenam a abordagem. Grupos sociais já têm manifestações marcadas para a próxima semana, e o clima promete ficar tenso em Buenos Aires. O governo foi firme em sua decisão de impedir os bloqueios de ruas, denominados 'piquetes'.

Patricia Bullrich, a ministra da Segurança Pública, já declarou que protestos serão permitidos, mas bloquear vias públicas não será tolerado. Ela acredita que 'quem tentar bloquear as vias será processado' e 'se não há ordem, não há liberdade, e se não há liberdade, não há progresso'.

Organizações sindicais e líderes populares já se posicionaram contra as novas medidas e prometeram respostas adequadas. Uma série de protestos já está agendada para a próxima semana, focando no aniversário do 'Argentinazo' — uma série de manifestações contra o governo que ocorreram entre 19 e 20 de dezembro de 2001 e levaram à queda do então presidente Fernando de la Rúa.

A ministra Patrícia Bullrich alertou que todas as pessoas envolvidas em bloqueios serão identificadas e processadas e que os organizadores dos atos devem pagar pelos danos causados e pelas forças de segurança convocadas. Veículos usados em protestos que não estiverem regularizados podem ser apreendidos, e estrangeiros sem residência permanente detidos serão repassados para autoridades migratórias.

Em Buenos Aires, onde ocorrem a maioria dos protestos de rua, as autoridades locais afirmaram que o protocolo apresentado pela ministra não será aplicado obrigatoriamente. Eles argumentaram que o Executivo federal não possui jurisdição local e declararam que irão trabalhar dentro de sua própria lógica para manter a segurança e o direito de protestos na cidade.

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